Espanha cria rendimento mínimo garantido para três milhões de pessoas

O ministro espanhol da Inclusão, Segurança Social e Migração vai reunir-se na manhã desta quinta-feira com os parceiros sociais e com outros membros do Governo, o que leva a prever que a medida possa ser anunciada oficialmente nas próximas horas.

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Espanha é um dos países mais afectados pela pandemia de covid-19 Tiago Lopes

Espanha, que tem uma das taxas de letalidade por covid-19 mais altas do mundo, vai criar um rendimento mínimo garantido que chegará a três milhões de pessoas num milhão de lares. Destas, cem mil serão famílias monoparentais, revelou nesta quinta-feira o ministro espanhol da Inclusão, Segurança Social e Migração.

De acordo com José Luis Escrivá, como resposta à pandemia de covid-19, o anúncio do “rendimento mínimo vital” para apoiar as famílias em situação “vulnerável” está iminente, estando a medida a ser trabalhada “a um ritmo acelerado” para ser levada a Conselho de Ministros o mais rapidamente possível.

O ministro negou que tenha havido “pressão” sobre o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) feita pelo seu parceiro de extrema-esquerda no Governo, Unidos Podemos, para acelerar o processo de aprovação e assegurou que há um acordo dentro do executivo sobre a urgência da aprovação da medida.

José Luis Escrivá defendeu a natureza permanente do rendimento mínimo, afirmando que “não fazia sentido ser uma medida de transição”, acrescentando que esta terá “um custo significativo” que será suportado pela Segurança Social espanhola, sem dar mais detalhes sobre os montantes.

O ministro vai reunir-se na manhã desta quinta-feira com os parceiros sociais e com outros membros do Governo, o que leva a prever que a medida possa ser anunciada oficialmente nas próximas horas.

O ministro da Inclusão, Segurança Social e Migração tinha avançado na quarta-feira que o número de empregos destruídos desde 12 de Março era de 888.597, como consequência da crise provocada pelo novo coronavírus. Construção, hotéis e restaurantes e actividades artísticas, recreativas e de lazer são os sectores mais afectados pela forte perda de postos de trabalho associada à epidemia.

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