Donald Trump vai cortar financiamento à OMS

Presidente norte-americano acusou a OMS de falta de transparência, reforçando que o país tem a “melhor economia na história do mundo”.

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Donald Trump diz que OMS tem responsabilidade directa no número de mortes Reuters/LEAH MILLIS

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou esta terça-feira que vai cortar o financiamento à Organização Mundial de Saúde (OMS), pondo em dúvida a seriedade desta organização no combate à pandemia da covid-19.

“Hoje [terça-feira] vou ordenar à minha Administração que corte o financiamento à OMS, enquanto é feita uma avaliação ao papel da OMS no encobrimento da transmissão do coronavírus. Todos sabem o que lá se passa. Os contribuintes [americanos] dão entre 400 e 500 milhões de dólares por ano, a China contribui com 40 milhões de dólares. Uma das decisões mais mortíferas da OMS foi opor-se à interrupção de viagens da China e outras nações. Felizmente, não fiquei convencido, e suspendi essas viagens, salvando um número incontável de vidas”, disse Donald Trump.

Grande parte do discurso do Presidente foi dirigido à OMS – que Trump acusou de falta de transparência –, mas a China também foi alvo das críticas. Trump considerou que a OMS devia ter investigado a atitude do Governo chinês face à pandemia, acusando este país de falta de seriedade.

“Se a OMS tivesse feito o trabalho de enviar especialistas à China para, objectivamente, avaliar a situação no terreno e denunciar a falta de transparência da China, a pandemia teria sido contida na fonte com muitas poucas mortes”, afirmou Donald Trump.

Curiosamente, a 24 de Janeiro, o Presidente norte-americano tinha elogiado o Governo chinês pelos esforços para conter o vírus e pela transparência demonstrada face à pandemia, voltando agora atrás na palavra.

Na área da saúde, Trump garantiu aos cidadãos que o Governo vai garantir os ventiladores necessários para tratar os casos de covid-19 mais graves. Tal como já tinha feito no passado, voltou a criticar a quantidade de equipamentos pedidos por alguns estados, tal como Nova Iorque – que requisitou 40 mil ventiladores. “No ano passado, os Estados Unidos produziram 30 mil ventiladores. Este ano, o número será de 150 mil, pode chegar até aos 200 mil. Muitos mais do que aqueles que vamos precisar. Podemos armazenar e dizer aos estados para armazenarem. Temos ainda dez mil ventiladores na reserva federal, caso seja preciso”, garantiu Donald Trump.

Quanto à economia, o Presidente começou por dizer que os Estados Unidos tinham “a melhor economia na história do mundo” antes da pandemia, adiantando que as medidas que vão ser aplicadas para reabrir empresas e negócios estão praticamente concluídas.

Numa mensagem dirigida aos governadores, Trump garantiu que a abertura de estados acontecerá num “futuro muito próximo” e que esta decisão dependerá deles e não do Governo, como tinha referido numa declaração que causou polémica. “Eles vão tomar conta das pessoas que entram, das fronteiras e das pessoas que saem. Acho que alguns governadores terão condições para abrir [os estados] antes do prazo [do final do estado de emergência], no final de Abril. Outros vão ter de esperar mais um pouco”, finalizou.

Os Estados Unidos são o país mais afectado do mundo. O país tem mais de 457 mil casos e já registou mais de 23 mil mortes. 

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