Covid-19: Governo garante sobrevivência da TAP e não exclui nacionalização

O ministro de Estado da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, garantiu, esta terça-feira, que o Governo irá garantir a sobrevivência da companhia aérea portuguesa, fortemente abalada pela pandemia.

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Pedro Siza Vieira abordou a retoma da economia LUSA/TIAGO PETINGA

Apesar de todos esperarem as declarações do primeiro-ministro, António Costa, foi o ministro de Estado da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, a fazer o balanço de uma reunião de videoconferência com 25 economistas e académicos sobre o estado da economia. Questionado, esta terça-feira, sobre uma solução para a TAP, empresa fortemente abalada pela pandemia de covid-19, o ministro garantiu que o Estado irá assegurar a sobrevivência da companhia aérea, não excluindo um potencial cenário de nacionalização.

“Sobre a TAP, aquilo que o senhor primeiro-ministro disse é que é uma empresa estratégica para Portugal, aquilo que nos liga ao mundo, que assegura a continuidade territorial com os arquipélagos e assegura a ligação às comunidades portuguesas no exterior. Portanto, é uma empresa que, no sentido estratégico do Estado, deve ser preservada. Nestas condições que todas as companhias de aviação do mundo estão a conhecer uma dificuldade muito significativa porque, praticamente, toda a actividade parou, é óbvio que o Estado vai continuar a acompanhar a situação da TAP e assegurar a continuidade da TAP. Os mecanismos e instrumentos que temos à nossa disposição para assegurar essa continuidade são os mais diversos. Não vamos excluir nenhum deles, nem mesmo a nacionalização”, afirmou Pedro Siza Vieira.

Está a ser planeada uma reabertura gradual da economia, adiantou o ministro, através da suavização das restrições previstas, mas sempre com a confiança e segurança dos cidadãos em mente. Ainda não existe, porém, uma data concreta para esta reactivação, visto que o estado de emergência poderá ser novamente prolongado. 

Pedro Siza Vieira não escondeu as previsões negativas para o balanço económico dos próximos meses. Nesta série de videoconferências, foi debatido um cenário traçado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) que mostra, nas palavras de Pedro Siza Vieira, uma “recessão importante” para o segundo semestre de 2020, com a hipótese do início da recuperação em 2021.

Quanto aos conselhos dados pelos economistas para a retoma económica após o fim do estado de emergência, o ministro reiterou a importância de garantir a protecção dos cidadãos mais vulneráveis.

“Não vou entrar em detalhes sobre o conjunto de reflexões feitas, mas, de uma maneira geral, há uma partilha importante da ideia de que temos de ir construindo uma confiança colectiva na capacidade que tivermos de proteger as populações e os elementos mais frágeis à medida que nos formos preparando para o levantamento das restrições à actividade económica e circulação dos cidadãos”, explicou Pedro Siza Vieira.

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