Arte em isolamento: que tal recriar obras de arte com os objectos que há em casa?

Mais de 300 mil pessoas já fazem parte de um grupo russo no Facebook que incentiva os membros a replicar obras de arte famosas com os materiais que tiverem em casa e imaginação. O Metropolitan Museum of Art de Nova Iorque também pediu aos seus seguidores no Instagram para fazerem o mesmo.

,Coroação da Virgem
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Diego Velázquez vs Maya Visand/Facebook
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A versão de Olesia Marchenko de A Dança de Henri Matisse Reuters/Olesia Marchenko
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O original de Matisse DR
,O caranguejo
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Adolf William Bouguereau vs Vadim Fedotov/Facebook
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Baldassare Tommaso Peruzzi vs Maya Visand/Facebook
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Mondrian vs Ksenia Oxana Stepashova/Facebook
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Stephen Pan vs Irina Nefedova/Facebook
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Edgar Degas vs Maria Ivanovskaya/Facebook
,Pintura
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Jan van Eyck vs Gleb Rusanovsky/Facebook

Numa das manhãs de isolamento, Natalia Goroshko reparou que um dos blinis (uma panqueca tradicional da Rússia) que fazia na sua frigideira tinha assumido a forma disforme de um dos relógios derretidos de Salvador Dalí.

A bielorrussa de 31 anos, residente no Texas, Estados Unidos, dispôs então três blinis na cozinha para que correspondessem às posições dos relógios na pintura Dali, fotografou a sua criação e publicou-a num grupo de língua russa no Facebook que incentiva os membros a reproduzir obras de arte famosas com artigos encontrados em casa.

Criado na semana passada, Izoizolyacia – ou Isolamento Artístico – conta agora com mais de 300 mil membros e uma enxurrada de publicações que incluem O Grito de Edvard Munch feito de chinelos e roupas, ou o Quadrado Negro, de Kazimir Malevich, composto por meias penduradas num toalheiro.

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Reconstituição d'O Grito do pintor norueguês Edvard Munch feito de chinelos e roupas. Reuters/Svetlana Slizhen

Alguns participantes também se mascaram  com trajes elaborados, ou lençóis e toalhas – para reproduzirem retratos do passado com diferentes graus de precisão.

“Agora há muito tempo livre e adorei como as pessoas estavam a começar a deixar-se absorver pela arte”, diz Goroshko, que tem currículo em design gráfico e fotografia.

O grupo do Facebook junta-se a outras iniciativas semelhantes como uma conta do Instagram holandesa, @tussenkunstenquarantaine ("quarentena artística”, em português), que encorajam as pessoas em quarentena a canalizar os seus talentos artísticos para recriar obras-primas.

A moscovita Yulia Tabolkina, uma entusiasta da pintura, trocou os seus pincéis e paleta por tudo o que pudesse encontrar na despensa para criar as suas próprias versões de Mona Lisa de Leonardo Da Vinci ou O Grito de Munch. Utilizou lentilhas, trigo-sarraceno, feijão e outros produtos alimentares para produzir diferentes tonalidades e utilizou o seu parapeito como tela.

“Ajuda realmente a manter o moral durante estes tempos, porque as pessoas estão em casa e é difícil para elas”, diz a jovem de 33 anos, que passou cerca de uma hora em cada uma das suas criações. “Este grupo ajuda a animá-los”.

Recriação da Mona Lisa de Leonardo da Vinci feita de lentilhas, trigo mourisco e feijão e outros alimentos Reuters/Yulia Tabolkina
Reconstituição d'O Grito do pintor norueguês Edvard Munch feito de lentilhas, trigo mourisco, feijão e outros alimentos Reuters/Yulia Tabolkina
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Recriação da Mona Lisa de Leonardo da Vinci feita de lentilhas, trigo mourisco e feijão e outros alimentos Reuters/Yulia Tabolkina

Em Kiev, Olesia Marchenko recriou a Dança de Henri Matisse, que apresenta cinco dançarinos nus carmesim de mãos dadas num círculo contra uma paisagem verde e um céu azul-escuro, com salsichas, couves vermelhas e folhas de espinafres. “Senti uma explosão de emoção do tipo que não temos sentido, uma vez que todos os países estão, até certo ponto, em quarentena”, disse a psicóloga de 50 anos.

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Rconstituição de Os Amantes do artista belga René Magritte Reuters/Artem Lisovsky via Facebook

O Metropolitan Museum of Art de Nova Iorque, inspirado pelo @tussenkunstenquarantaine, também pediu aos seus seguidores na rede social Instagram para recriarem obras famosas e recebeu centenas de imagens.

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