Diminuíram as queixas à GNR por violência doméstica

A GNR recorda que a violência doméstica é um crime público, pelo que qualquer pessoa pode denunciar. Autoridades temem que isolamento social possa levar a “um desfasamento mais acentuado entre o número de denúncias e o número de crimes praticados”.

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Serviços de apoio para responder a vítimas foram reforçados paulo pimenta

As queixas por violência doméstica à GNR registadas em Março deste mês diminuíram em relação ao período homólogo de 2019. Ao contrário do inicialmente assinalado esta quarta-feira numa conferência de imprensa conjunta com a PSP, a GNR registou 938 denúncias por violência doméstica, menos 26% do que em 2019. No último mês foram detidos 76 suspeitos de agressão e foram apreendidas 97 armas.

A conferência aconteceu no Ministério da Administração Interna, para divulgar a operação de fiscalização de cumprimento das normas do estado de emergência “Páscoa em Casa”.

Ainda assim, aludindo às restrições de mobilidade e obrigação de confinamento que fazem parte do estado de emergência por causa da pandemia da covid-19, as forças de segurança reforçam a sua preocupação. “Conscientes que o período de maior isolamento social pode suscitar um desfasamento mais acentuado entre o número de denúncias e o número de crimes praticados, a GNR, através dos Núcleos de Investigação a Apoio a Vítimas Específicas (NIAVE), tem intensificado os contactos com as vítimas identificadas, no sentido de promover, se necessário for, um ajustamento das medidas de protecção das vítimas”, lê-se no comunicado. 

A GNR recorda ainda que a violência doméstica é um crime público, pelo que qualquer pessoa pode denunciar — online, neste link.

Quer a GNR quer a PSP vão dedicar atenção a este tipo de situações, mantendo “contacto directo” com pessoas que já tenham sido vítimas de violência doméstica, referiu o superintendente Luís Elias, da PSP.

Se não puder ligar, escreva

Há também um novo serviço de mensagens curtas destinado a acudir vítimas de violência doméstica em tempo de quarentena. Funciona sete dias por semana, 24 horas por dia, não custa um cêntimo e não é rastreável, isto é, não surgirá na factura emitida pela operadora de comunicações. Depois do e-mail de emergência — violencia.covid@cig.gov.pt —, o Governo lançou um serviço de mensagens curtas (3060), que funciona como um reforço da linha telefónica para vítimas de violência doméstica (800 202 148).

Notícia corrigida às 17h47: ao contrário do inicialmente noticiado, o número de queixas de violência doméstica não subiu. Por lapso da GNR, os dados indicados na conferência de imprensa davam conta de uma subida e não de uma descida. 

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