Imobiliárias já podem recorrer a linha de financiamento

Perto de 5000 empresas de mediação imobiliária vão poder recorrer, a partir de quinta-feira, às linhas de 3000 milhões de euros que, entretanto, o Governo já disse que ia reforçar.

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Adriano Miranda / Publico

A expectativa de conseguirem usufruir de uma linha específica de mil milhões de euros dedicada ao sector do imobiliário chegou a estar em cima da mesa, mas não se concretizou. O anúncio que o Governo preferiu fazer aos profissionais da mediação imobiliária é que o CAE (Código de Actividade Económica) foi integrado na linha de três mil milhões de euros dirigida para os sectores do turismo, restauração e indústria a que as empresas de mediação imobiliária passam a ter assim acesso a partir de amanhã.

O Governo deu também a garantia à Confederação de Comercio e Serviços de Portugal (CCP), que esta linha receberá um reforço substancial. Mas não foi indicado o montante.

Até agora, os mediadores tinham acesso apenas à primeira linha de financiamento no valor de 200 milhões de euros, foi lançada para todos os sectores e que rapidamente se esgotou.

A indicação de que os mediadores iam passar a poder aceder às linhas de 3000 milhões de euros, mas à qual as mediadoras não tinham acesso, foi dada ao PÚBLICO pelo presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP). Luís Lima adiantou ainda já ter a informação de cerca de 2500 empresas pretendem recorrer a esta linha.

“Existem entre quatro a cinco mil empresas de mediação imobiliária em Portugal. O que lhe posso adiantar é que mais de metade, cerca de 2500 empresas, já nos manifestaram a necessidade de recorrer a essa linha. E isso percebe-se. Tal como os restaurantes, os cabeleireiros, são serviços que estão praticamente de porta fechada, e sem facturação”, argumentou Luís Lima.

O presidente da APEMIP refere, mesmo, que tem aconselhado todas as empresas que não tenha necessidade imediata de tesouraria a precaverem o futuro, contraindo o empréstimo. “Sou dos optimistas que acha que este sector até vai ser dos primeiros a começar a recuperar, nomeadamente com o segmento do arrendamento. Mas vêm aí tempos muito difíceis, temos de estar preparados”, argumentou.

A informação que o CAE das mediadoras vai passar a ser aceite para estes empréstimos foi dada à APEMIP através do Secretário de Estado da Infraestruturas. A APEMIP comunicou-o esta quarta-feira aos associados, adiantando essa mesma previsão de que a linha de financiamento “será posteriormente reforçada e alargada”.

 “A APEMIP congratula-se com esta novidade, que resulta da sua pressão junto do Governo para considerar o nosso sector que tanto contribui para criação de emprego e dinamização económica nacional. Não sendo a solução para todos os problemas que as nossas empresas enfrentam é, pelo menos, uma alternativa à qual podemos recorrer!”, lê-se na informação que a associação enviou às mediadoras.

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