Novo coranavírus infectou 57 militares, dois já recuperaram

João Gomes Cravinho revelou que os militares têm disponíveis milhares de camas para apoiar combate do novo coronovírus.

Foto
João Gomes Cravinho LUSA/MIGUEL A. LOPES

As Forças Armadas registaram até ao momento 57 militares infectados pelo novo coronavírus, dois dos quais estão recuperados. Apenas dois estão hospitalizados. Dos infectados, 18 pertencem à Força Aérea, 33 ao Exército e cinco à Marinha, sendo que há um civil infectado, no Estado-Maior-General das Forças Armadas, revelou nesta terça-feira o ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho.

A revelação foi feita pelo ministro na comissão de Defesa da Assembleia República, onde deu contas do trabalho que as Forças Armadas estão a fazer no âmbito do combate à pandemia de covid-19, num encontro presencial requerido pelo PS.

João Gomes Cravinho destacou “a demonstração notável da capacidade de adaptação das Forças Armadas a um desafio novo e desconhecido” e revelou algumas tarefas que os militares levado a efeito.

O Laboratório Militar “reorganizou-se” para a produção de gel desinfectante, “tendo triplicado a sua produção”. Neste momento consegue 2700 litros por dia, “assegurando totalmente as necessidades do Serviço Nacional de Saúde. Já a Unidade Laboratorial de Defesa Biológica e Química “está a trabalhar 24 horas por dia” no processamento de testes de diagnósticos.

Gomes Cravinho revelou ainda que as Forças Armadas distribuíram até ao momento 2700 camas. Disponibilizou ainda 11 instalações militares para centro de acolhimento de doentes, com 1147 camas disponíveis, mas com capacidade para aumentar para as 2300 camas. Tem também 300 camas disponíveis em diversas unidades para receberem profissionais de saúde e de membros da protecção civil. Já o antigo hospital de Belém estará disponível a partir do dia 13, com capacidade para 120 a 150 camas.

Foram ainda distribuídas 64 tendas e os veículos militares já fizeram mais de 2000 quilómetros, essencialmente no transporte de equipamentos.

Transporte de idosos, evacuações de lares, distribuição de comida aos sem-abrigo em Lisboa (3706 refeições), desinfecções de várias instalações e colaboração directa com a Direcção Geral de Saúde e com a protecção civil são outras das outras tarefas que os militares portugueses têm assumido no combate à covid-19.  

Depois do regresso dos militares que estavam destacados no Iraque e do navio-escola Sagres, que está a caminho de Lisboa, aonde deverá chegar em meados de Maio, Gomes Cravinho disse que o Governo mandou regressar alguns militares destacados no estrangeiro em programas de cooperação e está a avaliar esses programas “face à realidade”.

Todos os partidos saudaram o trabalho que as Forças Armadas têm feito.

Preservar missões da UE

O Ministério da Defesa revelou também nesta terça-feira que Gomes Cravinho participou na véspera, por teleconferência, numa reunião dos ministros da União Europeia, que teve como objectivo a análise das implicações militares da actual pandemia, incluindo o papel das Forças Armadas e o impacto da covid-19 nas missões e operações no âmbito da Política Comum de Segurança e Defesa.

Os ministros acordaram na necessidade de preservar as missões/operações militares da UE e de se aperfeiçoar os mecanismos de partilha de dados e de boas práticas sobre as respectivas situações nacionais, envolvendo para tal o Serviço Europeu de Acção Externa, bem como na necessidade de combater a desinformação sobre a pandemia.

Sugerir correcção
Comentar