Covid-19: câmara e pastelarias de Caminha querem levar “pedacinho” de Páscoa porta-a-porta

A câmara chegou também a acordo com o arciprestado de Caminha, de modo a que os sinos de todas as igrejas possam tocar de forma festiva ao meio-dia do Domingo de Páscoa.

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PAULO RICCA / PUBLICO

A Câmara de Caminha, em parceira com nove pastelarias, vai “levar” pão de ló e doçaria tradicional, porta a porta, à casa das pessoas que estão recolhidas por causa da pandemia de covid-19, proporcionando-lhes um “pedacinho” de Páscoa.

“Se as pessoas não podem sair para festejar a Páscoa por causa do estado de emergência, então um pedacinho de Páscoa vai até à casa das pessoas, levando o pão-de-ló e doçaria tradicional da Páscoa às freguesias do concelho”, afirmou nesta terça-feira à Lusa o presidente da Câmara de Caminha, Miguel Alves.

Contactado pela agência Lusa, a propósito da iniciativa agora divulgada pela autarquia do distrito de Viana do Castelo, o autarca socialista explicou que aquele “serviço só é gratuito para quem não pode pagar, tal como o resto com a restante rede de apoio às famílias criada pelo município para minimizar os efeitos da pandemia de covid-19”.

“Apenas as famílias referenciadas não pagam, é a câmara que assume os custos. Esta é uma forma de mantermos o espírito das famílias em alta depois de três semanas de confinamento, especialmente os idosos marcados pelas saudades dos que não puderam, este ano, vir a casa celebrar a Páscoa”, especificou.

Na nota enviada às redacções, a autarquia explicou que o projecto “une” o município e nove pastelarias do concelho.

Cada “munícipe pode contactar directamente cada uma destas pastelarias ou a própria câmara, através dos números de telefone da Rede Complementar de Apoio e encomendar o seu pão de ló ou os bolinhos típicos da quadra, de modo a que os mesmos sejam entregues no domicílio”.

“Sinto que as saudades da família apertam cada vez mais e vejo as pessoas tristes por terem uma Páscoa diferente do habitual. Acho que estamos num momento decisivo do nosso isolamento enquanto comunidade, as pessoas estão cansadas e sentem muito a falta de uma tradição tão importante como a do compasso pascal e da visita da família. Este é um gesto de carinho e homenagem”, sustentou o autarca.

A câmara “chegou também a acordo com o arciprestado de Caminha, de modo a que os sinos de todas as igrejas possam tocar de forma festiva ao meio-dia do Domingo de Páscoa”.

“Tanto sacrifício, tanta perseverança da população, merece um bocadinho da Páscoa tradicional. É pouco perante o que o povo tem feito, mas é um detalhe que acho que todos valorizarão”, acrescentou.

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