Madeira: Governo regional vai entregar uma máscara a cada madeirense

Equipamentos serão reutilizáveis e, admite o Funchal, podem ser obrigatórios, quando as restrições de circulação forem aligeiradas.

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Miguel Albuquerque LUSA/HOMEM DE GOUVEIA

O Governo Regional da Madeira vai entregar máscaras de protecção a todos os madeirenses. O anúncio foi feito por Miguel Albuquerque, líder do executivo regional, durante uma conferência de imprensa, nesta segunda-feira, no Funchal, perspectivando que a utilização de máscaras poderá ser obrigatória no arquipélago.

As máscaras “de uso corrente”, explicou aos jornalistas, serão entregues à população a meio da próxima semana, dias 13 ou 14 de Abril, e poderão ser para “uso obrigatório” quando as restrições de circulação começarem a ser levantadas. “Numa fase posterior, à medida que as restrições à circulação forem sendo levantadas, penso que vamos ter que equacionar um cenário em que o uso da máscara será obrigatório”, disse Miguel Albuquerque.

O executivo madeirense conta entregar perto de 250 mil máscaras, o número de residentes na região autónoma, que serão laváveis e, portanto, reutilizáveis. “As máscaras estão a ser fabricadas na Madeira e anunciaremos em breve a forma como iremos operacionalizar a distribuição”, adiantou Albuquerque, ressalvando que, para as equipas médicas e restante pessoal especializado, foram adquiridos equipamentos de protecção mais sofisticados.

As que serão entregues à população, sublinhou o chefe do governo madeirense, estão de acordo com todas as recomendações das autoridades de saúde regionais e fabricadas segundo as orientações da Organização Mundial de Saúde. O Funchal, acrescentou, vai também disponibilizar um vídeo explicativo sobre a forma e os materiais para o fabrico caseiro de uma máscara. “A nossa principal preocupação é a saúde pública”, reforçou, dizendo que não há “economia, sem pessoas”.

Mesmo assim, Albuquerque admite que a situação, o lockdown da economia, não é sustentável durante muito tempo. Por mês, contabilizou, são 430 milhões de euros que a economia do arquipélago está a perder. Por isso, o Funchal espera a solidariedade nacional.

Os pedidos feitos ao primeiro-ministro, ao Presidente da República e ao representante da República para a Madeira, de suspender a Lei das Finanças Regionais, ainda não tiveram resposta, mas Albuquerque está tranquilo. “Estou certo de que esta questão será considerada pelo senhor primeiro-ministro e pela maioria dos partidos na Assembleia da República, e vamos chegar a uma plataforma de entendimento”, afirmou, desvalorizando a ausência de resposta. “Ser primeiro-ministro, ser Presidente da República nesta situação obriga a acudir a muitas situações ao mesmo tempo.”

A suspensão da Lei das Finanças Regionais permite que a Madeira (e os Açores) possam contrair dívida. O que, no entender de Albuquerque, vai permitir à região financiar-se para minimizar os efeitos da paragem da economia.

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