Cartas ao director

Esboço de uma ideia para lutar contra a covid-19

No cenário actual de pandemia, sou levado a crer, como é evidente, segundo os dados disponíveis, que tão cedo não estará disponível uma vacina, esperando que um tratamento eficaz seja possível no curto/médio prazo. Posto isto, e porque seria perigoso que numa data definida toda a população recebesse ordem de saída de suas casas, porque não adoptar um regime de saída faseada, em que seriam definidas áreas circunscritas mediante um número pré-estabelecido de habitantes, com liberdade de circulação dentro dessa área (excepto quem já hoje se desloque para trabalhar) por um período curto de tempo igualmente definido – alguns dias. Duas zonas geograficamente próximas não poderiam, naturalmente, usufruir simultaneamente deste regime. Esse grupo de cidadãos voltaria, ao fim desse período, ao isolamento domiciliário, dando lugar à população de outra área, estendendo progressiva e rotativamente este regime a todo o país. Deste modo, e monitorizando estes grupos de população, poder-se-ia conseguir, com redução substancial dos riscos de um contágio alargado, uma aproximação progressiva à tão propalada imunidade de grupo, que poderá ser uma via para um regresso à muito desejada “normalidade”.

Luís Nascimento Silva, Lisboa

O calcanhar de Aquiles da Europa

Em 2004 estive em Tóquio e uma das coisas em que reparei foi que, de vez em quando, cruzava-me com uma ou outra pessoa a usar máscara na face e luvas. No Japão e noutros países do Oriente, as pessoas doentes, com uma simples gripe ou outro tipo de doença, têm a gentileza de usar máscara, para evitar contaminar os outros. Não hesitam em sacrificar a sua imagem pessoal. Na Europa não há a “cultura da máscara” e a maioria de nós, quando temos gripe, apenas evitamos beijinhos e abraços, e achamos suficiente. É por não termos o hábito de usar máscara que este novo vírus está a fazer um número enorme de contaminações; basta dizer, por exemplo, que o Japão, com 125 milhões de habitantes, tem aproximadamente um quinto das mortes de Portugal, que tem apenas 10 milhões. (…) As recomendações da DGS, de confinamento, afastamento social e lavagem frequente das mãos, são muito importantes, mas podem não ser suficientes, conforme os Orientais provam e até já o disseram. Sempre que possível e tenham que interagir com público, usem máscara e luvas ou pelo menos um lenço ou écharpe a tapar a boca e nariz. Fiquem bem.      

Agostinho Vaz, Almada

America First

Os EUA estão em primeiro lugar no número de infectados pela codiv-19, com 300.148 casos. Afinal, o lema de Donald Trump, “America First”, cumpre-se para desgraça dos norte-americanos. Sem um serviço nacional de saúde gratuito, a vida da população do país mais poderoso do mundo vai ser muito difícil. Passada a crise, como ficará a relação económica sino-americana? Espero que o confinamento e isolamento social faça o homem repensar a forma de estar no mundo. (…)

Ademar Costa, Póvoa de Varzim

PÚBLICO Errou

A foto que acompanha o testemunho do padre jesuíta Francisco Mota na edição de ontem (pág. 11) está errada. Ao visado, as nossas sinceras desculpas.

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