Populismo em tempos de pandemia

Diziam os gregos antigos que “aqueles a quem os deuses querem destruir são primeiro enlouquecidos”. Só ninguém esperava que a destruição viesse desta forma e que o preço a pagar pudesse ser tão alto. Depois da pandemia, vai ser preciso reconstruir a política de outra forma.

O populismo não chegou sozinho; trouxe com ele o nacionalismo, o anti-intelectualismo, a bajulação da ignorância obtusa e vaidosa, a glorificação dos líderes arrogantes que não ouvem ninguém, o amesquinhamento de peritos e especialistas ("acho que está toda a gente farta de peritos”, dizia o ministro britânico Michael Gove para convencer o eleitorado a votar pelo “Brexit” contra todos os estudos económicos sérios), o desprezo pelo cosmopolitismo ou sentimento de cidadania mundial de que por exemplo a ciência depende (“se pensas que és um cidadão do mundo, és cidadão de lugar nenhum”, dizia então Theresa May). E estas são apenas as características de um populismo mais sofisticado, para consumo dos leitores de revistas conservadoras que levaram descaminho, ou dos trolls da internet. A partir daí é sempre a descer.

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