Condenado a 23 anos de prisão assassino do jornalista eslovaco Jan Kuciak

Julgamento de empresários suspeitos de terem sido os mandantes ainda estão a decorrer. Caso fez cair o Governo e deu origem a uma mudança no partido no poder.

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Jan Kuciak e a namorada foram assassinados em Fevereiro de 2018 LUSA/MATEJ KALINA

O ex-soldado eslovaco Miroslav Marcek foi condenado a 23 anos de prisão por ter morto o jornalista de investigação Jan Kuciak e a sua namorada Martina Kusnirova em Fevereiro de 2018.

Marcek, de 37 anos, não esteve na leitura da sentença, mas tinha-se dado como culpado neste caso que levou a protestos em todo o país contra a corrupção e acabou por levar à queda do Governo de Robert Fico, que há anos chefiava o país.

O juiz-presidente do tribunal penal que julgou o caso, em Pezinok, a norte de Bratislava, a capital, foi lapidar na sentença. “Foi um crime a sangue-frio e malicioso. As vítimas não tiveram hipótese de se defender”, considerou.

O procurador Juraj Novock, que tinha pedido 25 anos de prisão, apresentou um recurso. A confissão de Marcek, no entanto, foi levada em conta na atribuição da pena, frisou o juiz.

O jornalista Jan Kuciak investigava a corrupção na Eslováquia e as relações de empresários influentes com líderes políticos, juízes e polícias.

O julgamento do empresário Marian Kocner, que foi investigado por Kuciak, está ainda a decorrer, bem como de duas outras figuras influentes, e que são suspeitas de terem encomendado o assassínio do jornalista. Houve suspeitas de ligações à organização mafiosa italiana N'Drangheta.

Este caso levou a uma mudança no poder consumada nas eleições de 1 de Março, em que o Smer-SD (social-democrata, mas com fortes tendências populistas” foi substituído no poder pelo partido Pessoas Comuns e Personalidades Independentes (OLaNO, conservador), de Igor Matovic.embora o Parlamento tenha ficado bastante fragmentado.

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