Máscara na rua? Sim, mas apenas para alguns

Agentes da polícia, doentes com febre ou tosse e imunossuprimidos devem usar máscara. Nos supermercados, caixas também devem usar sempre que não haja separadores de acrílico que os separem dos clientes

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Os profissionais de segurança devem usar máscara nas acções de patrulhamento Adriano Miranda/arquivo

A ministra da Saúde, Marta Temido, voltou este sábado a clarificar quem deve, afinal, usar máscaras enquanto durar a pandemia da covid-19, reiterando que a utilização deste equipamento de protecção individual está recomendada a todas as pessoas com sintomas de infecção respiratória, como febre ou tosse, bem como por “todas as pessoas que trabalhem no interior das instituições de saúde”.

Fora das instituições de saúde, confirme sublinhou a ministra, num reforço das orientações divulgadas na véspera pela Direcção-Geral da Saúde (DGS), a utilização de máscara, luvas e touca “está aconselhada aos profissionais ou pessoas que possam contactar directamente com doentes, suspeitos ou confirmados, com covid-19”, como sejam os que “acompanham os doentes no seu domicílio, ou seja, os familiares”, e todos os que “cuidam e têm contactos de proximidade com o doente cuidado” nos lares de idosos e nas unidades da Rede Nacional de Cuidados Integrados.

O uso de máscaras está igualmente recomendado a doentes imunossuprimidos, “nas suas deslocações esporádicas para fora do domicílio, entre os quais se incluem os “doentes em hemodiálise, os doentes oncológicos sob quimioterapia ou radioterapia e os doentes com imunodeficiências ou sob terapêutica imunossupressora”.

A ministra da Saúde reiterou ainda que, nas prisões, as máscaras devem ser utilizadas pelos guardas que estão em “contacto próximo com reclusos” e pelos agentes das forças de segurança “quando fazem as fiscalizações dos carros e dos condutores”. Quanto aos estabelecimentos de venda de bens de primeira necessidade, como sejam os supermercados, os profissionais de atendimento ao público devem igualmente usar máscaras quando não tenham separadores físicos de acrílico que os separem dos clientes.

Esta clarificação surge na sequência do polémico debate sobre a obrigatoriedade do uso de máscara e numa altura em que um comité de especialistas da Organização Mundial de Saúde (OMS) vai reavaliar as recomendações sobre o uso generalizado das máscaras de protecção individual. Os diferentes países seguem indicações diferentes. Alguns, como a Áustria, a Republica Checa e a Eslováquia, tornaram obrigatório o uso universal de máscaras em locais públicos.

Por enquanto, a OMS mantém que deve usar máscara apenas quem esteja infectado ou a cuidar de alguém com covid-19, dada a escassez de máscaras a nível mundial. Estas não devem ser reutilizadas, antes devidamente colocadas no lixo após cada utilização. E, segundo as orientações vigentes, a protecção mais eficaz contra o novo coronavírus continua a ser a lavagem frequente das mãos, o cumprimento das regras de etiqueta respiratória (tossir para o interior do cotovelo) e manutenção de uma distância de pelo menos um metro das outras pessoas.

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