Covid-19: Portugal com mais 20 mortes. Há 10.524 infectados

Taxa de crescimento de casos diagnosticados é de 6,5%. Lisboa e Porto mantêm-se os concelhos com mais casos, com o Norte a concentrar mais de metade dos infectados.

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Manuel Roberto

Portugal registou até este sábado 266 mortes (mais 20 que no dia anterior) e 10.524 casos de covid-19, mais 638 que na sexta-feira, uma taxa de crescimento de 6,5% – a mais baixa desde dia 10 de Março (5%). Os números, divulgados este sábado no boletim epidemiológico da Direcção-Geral da Saúde (DGS), dão conta de 1075 pessoas internadas, 251 das quais estão nos cuidados intensivos (mais seis do que na sexta-feira).

Há 5518 pessoas a aguardar resultado laboratorial e 22.858 estão sob vigilância das autoridades de saúde. O número de pessoas recuperadas subiu para 75 (mais sete que no dia anterior).

Na sexta-feira, Portugal tinha registado um total de 246 mortes e 9886 casos de infecção.

Nas vítimas mortais, cerca de 86% está acima dos 70 anos. O relatório dá ainda conta da morte de 24 pessoas que tinham entre 60 e 69 anos; oito com idades entre os 50 e 59 anos; e três pessoas entre os 40 e os 49 anos (duas mulheres e um homem).

A região Norte continua a ser a que concentra o maior número de casos, com 6280 pessoas infectadas e 141 óbitos quase 60% da totalidade dos casos e 53% das mortes. Lisboa mantém-se o concelho com maior número de casos (654), seguido de Porto (643), Gaia (468), Gondomar (447) e Maia (404).

Os infectados por concelho podem ser mais que os registados no boletim, uma vez que os números são os do SINAVE - Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica, que correspondem a 79% dos casos confirmados.

Letalidade de 10,3% nos casos acima dos 70 anos

Marta Temido adiantou, na conferência de imprensa de análise ao boletim, que a letalidade continua fixada nos 2,5%, sendo que este número sobe para 10,3% em pessoas com 70 ou mais anos.

Os dados deste sábado registam zero mortes no Alentejo, ao contrário do que acontecia na sexta-feira, quando o boletim registava um óbito nessa região. A ministra da Saúde, Marta Temido, explicou que a autópsia realizada revelou, entretanto, que a morte não tinha sido causada por covid-19.

O número médio de casos secundários resultantes de um caso infectado foi, entre 21 de Fevereiro e 1 de Março, de 1,81. Isto significa que cada pessoa contagiada contagiava em média menos de duas pessoas”, explicou. Neste momento, há ainda um “elevado grau de incerteza”, apontou Marta Temido, pedindo que “todos os nossos esforços” continuem de forma a diminuir transmissão.

"Não é uma corrida de 100 metros, é uma longa maratona"

A ministra da Saúde disse notar “uma grande responsabilidade da parte dos portugueses” que, na última semana da pandemia, aceitaram ficar em casa. Essa responsabilidade, no entanto, “tem de ser renovada todos os dias porque não há uma luz ao fundo do túnel”, mas apenas “uma esperança”. “Não é uma corrida de 100 metros, é uma longa maratona”, comparou.

Já antes disso, Marta Temido tinha falado das “medidas extraordinárias” que a pandemia obrigou os portugueses a adoptar e que alteraram “profundamente as nossas rotinas”. O confronto com situações limite é crescente, entre profissionais de saúde mas também cidadãos comuns, e Marta Temido deixou uma mensagem emotiva: “Todos temos medo, mas este é o momento de equilibrar o medo e a coragem. A coragem de ficar em casa, a coragem de continuar a ajudar os outros desde que devidamente protegidos, a coragem de pedir ajuda quando precisamos dela.”

Recordando os gabinetes regionais de crise em saúde mental já activados e a actuar num modelo desenhado durante os incêndios de há dois anos, a ministra sublinhou que essa preocupação se mantém. “Todo o esforço” será feito para que, também nessa matéria, a resposta à covid-19 seja “a mais robusta possível”. O atendimento psicológico está disponível na linha SNS24, tanto para cidadãos em geral como para profissionais de saúde

Portugal recebe hoje mais máscaras e testes. Amanhã chegam ventiladores​

Marta Temido comunicou que Portugal recebe este sábado mais equipamentos de protecção como máscaras ou luvas e ainda mais testes para despistar a covid-19.

No domingo, chegam “144 novos ventiladores de uma encomenda de 1500”.

“Estamos empenhados em reforçar os meios humanos em medicina intensiva e foi constituída uma comissão de acompanhamento da resposta nacional à covid-19, presidida por João Gouveia”, disse.

A ministra revelou que ainda este sábado chegarão a Portugal três milhões de máscaras cirúrgicas e 400 mil máscaras FFP2. E voltou a falar de uma pergunta há muito em cima da mesa: quem deve ou não usar este equipamento de protecção? “Quem tem dificuldades respiratórias ou está no interior de instituições de saúde” deve fazê-lo, bem como profissionais e pessoas que estejam em contacto com doentes suspeitos ou com covid-19 e ainda quem seja doente imunossuprimido ou faça acompanhamento domiciliário.

Também este sábado serão entregues mais 80 mil zaragatoas e 260 mil testes. Até agora, foram feitos em Portugal 88.497 testes, 53% em ambiente público. Há neste momento 26 unidades com capacidade para fazer testes: 6780 por dia no sector público e 4190 no privado. Os critérios continuam, para já, “a seguir as normas internacionais”.

O Instituto de Saúde Ricardo Jorge, juntamente com outros países, vai avançar para testes de imunidade – um projecto em fase piloto. Essa avaliação “não pode ser demasiado precoce”, explicou a directora-geral da Saúde porque, caso contrário, não avaliará de forma consistente a possível imunidade, que “leva tempo a instalar-se”. “A maior parte dos doentes ainda está em recuperação”, explicou Graça Freitas, para explicar a precocidade dessa medida.

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