E uma vacina contra o pensamento único? Há?

Enquanto colunista, cabe-me vacinar leitores contra o pensamento único e, já agora, não confundir a geografia do meu umbigo com um mapa do mundo. É isso que continuarei a fazer.

Acho que nem nos tempos da troika tive tantos leitores a caírem-me em cima como aconteceu há dois dias por causa do artigo “Precisamos de uma data ao fundo do túnel”. Uns aconselharam-me descanso, outros calmantes, outros que lesse mais textos de cientistas que encontraram no Facebook, outros ainda que fosse despedido do PÚBLICO. Aquilo que me espantou não foi a pancadaria verbal propriamente dita, que faz parte do meu trabalho, mas outra coisa bem mais interessante: o fascinante desenvolvimento de um pensamento único de grupo, não devido ao consenso científico em torno daquilo que nos está a acontecer (que não existe), mas devido à situação de privilégio em que se encontra a esmagadora maioria daqueles que comentam (o “lugar de fala”, como se diz em sociologia).

Os leitores são a força e a vida do jornal

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