Uns terão mais de 1700 quilómetros quadrados por onde circular. Outros apenas oito

A ordem de só poder circular no concelho em que moram vai traduzir-se em realidades completamente diferentes para os habitantes de vários municípios.

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Em Odemira, sobra espaço para quem está confinado ao seu concelho ADRIANO MIRANDA

A ordem é a mesma para todo o país, mas cumprir o confinamento rigoroso ao concelho de residência durante o período da Páscoa não será igual para um habitante de São João da Madeira e para um de Odemira. O motivo? O primeiro tem uma área de apenas oito quilómetros quadrados (é o mais pequeno do país), enquanto o segundo se estende ao longo de cerca de 1721 quilómetros quadrados (é o município português com mais área). 

Quem diz Odemira, também pode referir Alcácer do Sal (1500 quilómetros quadrados), Castelo Branco (1438) ou Idanha-a-Nova (1416), contrapondo com a Amadora (24 quilómetros quadrados), Espinho (21), Corvo (17) ou o Entroncamento (14), que também estão entre os mais pequenos.

Quer isto dizer que enquanto um munícipe de Odemira poderá andar circular ao longo de um território que vai do mar – passando por localidades como Vila Nova de Milfontes, Almograve e Zambujeira do Mar – até ao interior, passando ao longo do Rio Mira, entre outras paisagens, já para quem habita em São João da Madeira enfrentará uma realidade bem diferente. O confinamento rigoroso ao concelho de residência durante o período da Páscoa não deixa margem para grandes deslocações. Muito pelo contrário. Além de pequeno, o município é conhecido como a cidade do trabalho – por força da sua forte tradição ma área da indústria – e está cravado entre três municípios (Ovar, Santa Maria da Feira e Oliveira de Azeméis).

A mesma diferença pode sentir quem vive em Espinho em relação aos habitantes de Alcácer do Sal. A ordem de só poder circular no concelho em que moram vai traduzir-se, assim, em realidades completamente diferentes conforme a geografia onde habitam os portugueses. A que acresce ainda uma outra particularidade. É que há quem more em concelhos cujo território não é contínuo. Para esses casos, haverá excepções, disse o primeiro-ministro, apontando o caso de Vila Real de Santo António, Oliveira de Azeméis e Montijo. Mas existe ainda Gondomar, que não foi referido por António Costa, onde também é descontinuidades: para se ir da freguesia de Lomba para as outras do mesmo município, tem de se atravessar outros concelhos.

No entanto, esteja onde estiver, o conselho mantém-se o mesmo para o país inteiro em tempos de pandemia: Fique em casa.

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