Porta-aviões dos EUA com quatro mil militares a bordo tem 100 infectados com covid-19

O navio USS Theodore Roosevelt está atracado na ilha de Guam, no Oceano Pacifico e comandante pede ajuda para isolar os militares

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Paul L. Archer/Marinha dos EUA

O comandante de um porta-aviões nuclear dos Estados Unidos da América (EUA) pediu ajuda ao comando da marinha para que lhe enviem ajuda para poder isolar uma centena de homens infectados pelo covid-19 e restante tripulação. No navio USS Theodore Roosevelt, atracado na ilha Guam, no Oceano Pacífico, estão cerca de quatro mil militares.

Em carta enviada à chefia da marinha e divulgada pelo jornal The San Francisco Chronicle, o comandante Brett Crozier pede que sejam disponibilizadas casas em terra para colocar os militares de quarentena “quanto antes”.

“A doença continua a estender-se cada vez mais depressa. Tem de se actuar já para cumprir as recomendações da CDC [Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos EUA] e evitar um resultado trágico”, escreve Crozier.

Diz ainda que apenas alguns camarotes de oficiais têm condições para fazer uma quarentena e que, “devido às limitações de espaço inerentes a um navio de guerra, não está a ser cumprido o isolamento”. 

“Devido à proximidade que se verifica num navio de guerra, o número de casos positivos entre todos os militares, independentemente do seu posto, devem ser considerados como pessoas em contacto directo com infectados, segundo as recomendações da CDC”, afirma.

Parte dos militares já está em terra em Guam, mas entre as habitações disponibilizadas, apenas uma cumpre as recomendações para realizar quarentena. “A maioria continua a dormir em grupo”, denuncia o comandante.

“Manter mais de quatro mil jovens a bordo do Theodore Roosevelt é um risco desnecessário. (…) Não estamos em guerra. Não têm de morrer marinheiros”, escreve ainda o comandante do porta-aviões.

Em entrevista à CNN na terça-feira, o secretário da marinha dos EUA, Thomas Modly, afirmou que vai agir rapidamente para resolver a situação. “Temos estado a trabalhar para retirar os militares do navio. O problema de Guam é que não existem casas suficientes para albergar os militares. Estamos a tentar encontrar um hotel com espaço exterior onde se possa montar tendas”, afirmou Modly.

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