Covid-19: Coimbra anuncia rede de distribuição de produtores locais

Autarquia apresenta conjunto de 22 medidas de emergência destinadas aos sectores social, económico e cultural.

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PAULO RICCA / PUBLICO

A Câmara Municipal de Coimbra (CMC), em conjunto com as juntas de freguesia do concelho e com a associação de desenvolvimento local CoimbraMaisFuturo, está a articular a criação de uma rede de distribuição ao domicílio de produtos alimentares, abastecida por pequenos comerciantes e produtores locais.

Esta foi uma das 22 medidas apresentadas nesta quarta-feira pela autarquia para lidar com o Estado de Emergência, decretado para combater a pandemia. No caso da rede de distribuição, a linha de contacto é a CoimbraMaisFuturo, anunciou o presidente da CMC, Manuel Machado, em conferência de imprensa, sendo que uma plataforma informática está ainda a ser montada para agilizar o processo.

Também no apoio à actividade económica e empresas, a câmara avança com a isenção do pagamento das taxas de Abril, Maio e Junho aos comerciantes e produtores locais do Mercado D. Pedro V assim como aos negócios instalados em espaços municipais que se encontrem arrendados ou concessionados. Neste capítulo, a CMC assegura a publicidade institucional nos órgãos comunicação local.

Na área social e no apoio às famílias, a câmara de Coimbra está a disponibilizar, em articulação com a Administração Regional de Saúde do Centro, alojamento a profissionais de saúde e de protecção civil em hotéis da cidade, para que possam “optar por não regressar às suas casas depois do trabalho, reduzindo o risco de contaminação”, à semelhança do que acontece noutro pontos do país.

Esse alojamento foi estendido aos funcionários de lares de idosos e IPSS. Numa medida mais recente, foi designada uma unidade hoteleira específica para acolher temporariamente vários utentes de dois lares de idosos de Coimbra que foram evacuados por se registar contaminação com covid-19. Esta operação foi feita em articulação com a Segurança Social e com a Autoridade de Saúde, explica Machado.

Quanto aos alunos de estabelecimentos do pré-escolar e primeiro ciclo, são fornecidas refeições em regime de take-away. A autarquia está também a trabalhar com os agrupamentos escolares para disponibilizar computadores ou tablets e acesso móvel à internet a alunos do primeiro ciclo e do ensino básico que não tenham estes equipamentos.

Outras medidas incluídas no lote das 22 tinham sido já anunciadas, como o reforço da equipa municipal de apoio a sem-abrigo ou o adiamento de pagamento das rendas de bairros municipais de Abril, Maio e Junho.

Na cultura, a CMC vai abrir uma segunda fase de candidaturas a apoios municipais. Quando for retomada a normalidade, o Convento São Francisco irá oferecer um bilhete na compra de outro.

Neste momento, o autarca não arrisca adiantar o impacto orçamental destas medidas. “Só no final é que estaremos em condições de fazer as contas”, afirma o presidente. Até porque, disse antes, “num tempo de estado de emergência, todas estas medidas vão sendo revisitadas todos os dias, em função deste complexo processo”.

Machado referiu ainda que, dos cerca de 2000 trabalhadores da autarquia, um terço mantém o trabalho presencial, um terço está em tele-trabalho e outro terço foi dispensado por imperativo legal, seja por motivo de saúde, de assistência a familiar ou outro.

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