O amor das coisas mortais

A última vez que saí da cidade onde vivo, para atravessar o país em direcção ao sul, ainda havia trânsito nas estradas, crianças nas escola e o habitual formigueiro de gente nas ruas. De Amarante a Faro, foram 8 horas de autocarro. Como não tinha dormido na véspera só me lembro de abrir os olhos já no Ribatejo, para admirar o verde eléctrico de um prado onde as vacas pastavam a uma distância considerável umas das outras. As vacas são mamíferos como nós, mas têm hábitos culturais diferentes dos humanos: deslocam-se em manada, muito juntas umas das outras, e não gostam de companhia quando estão a comer. Não sei explicar o porquê de ter achado que o verde do prado era eléctrico e que as vacas tinham hábitos culturais. Tive estes pensamentos atordoado pelo sono. Essa viagem aconteceu numa outra era, que me parece agora tão distante como um sonho de infância. Foi no início deste mês.

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