Coronavírus: teste do pezinho, vacinas e consultas de vigilância não devem ser adiadas

Recomendações são da Direcção-Geral da Saúde. Teste do pezinho deve ser realizado entre o terceiro e o sexto dia de vida e não pode ser adiado.

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A autoridade nacional de saúde aconselha também um reforço das medidas para evitar o contágio das crianças e famílias que se desloquem ao centro de saúde NUNO FERREIRA SANTOS

A Direcção-Geral da Saúde alerta que o teste do pezinho deve ser feito entre o terceiro e o sexto dia de vida e não pode ser adiado, assim como as vacinas e as consultas de vigilância da saúde infantil e juvenil.

Numa nota divulgada no site, a DGS diz que os constrangimentos impostos pela pandemia de covid-19 podem constituir “um factor de agravamento de eventual desequilíbrio das dinâmicas familiares” e sublinha que se torna nesta altura relevante a “reavaliação do risco familiar e respectiva intervenção preventiva pelas equipas de família, com eventual suporte dos núcleos de apoio a crianças e jovens em risco”.

A autoridade nacional de saúde diz que não devem ser adiadas nem o rastreio ao recém-nascido previsto no Programa Nacional do Rastreio Neonatal (PNRN) – teste do pezinho –, nem as consultas de vigilância do Plano Nacional de Saúde Infantil e Juvenil (PNSIJ), nem o cumprimento do Programa Nacional de Vacinação (PNV).

Recorda que o teste do pezinho deve ser feito entre o terceiro e o sexto dia após o nascimento, no mesmo momento da primeira consulta médica programada que deverá ocorrer na primeira semana após o nascimento.

“Este momento deve ser utilizado para avaliação dos critérios de elegibilidade para eventual vacinação com a vacina BCG”, acrescenta.

A DGS salienta que o PNSIJ tem como objectivo a detenção precoce de factores de risco individuais, familiares e do contexto socioeconómico que possam comprometer o bem-estar e a segurança da criança.

Lembra que as consultas do PNSIJ foram previstas seguindo o calendário do PNV e que podem ser agendadas para a mesma altura, evitando deslocações desnecessárias.

“Apesar da situação de excepção, a condição de vulnerabilidade da criança, não permite o adiamento das consultas de vigilância”, avisa a DGS, que como prioridades define as seis consultas no primeiro ano de vida da criança, a consulta prevista para entre os 18 meses e os 24 meses e a que está prevista aos cinco anos de idade.

“Devem ser desenvolvidos todos os esforços para o cumprimento do esquema previsto no PNSIJ, recorrendo a formas alternativas, tais como consultas por telecontacto/telemedicina pelas equipas de saúde familiar (médico e/ou enfermeiro), para manutenção e monitorização da saúde da população infantil e juvenil durante este período de excepção provocado pela pandemia de covid-19”, indica.

A autoridade nacional de saúde aconselha também um reforço das medidas para evitar o contágio das crianças e da família que se deslocam ao serviço de saúde, programando a consulta e coordenando os horários com os da vacinação e diz que cada criança deve ser apenas acompanhada por um cuidador.

Evitar acumulações em sala de espera de utentes, cumprindo as regras de distanciamento social e de higienização pessoal e retirar dos espaços comuns os brinquedos e material didáctico que possam constituir fonte de transmissão são outros dos conselhos da DGS, que sublinha a importância da limpeza e desinfecção das superfícies e mobiliário da sala de espera.

Nesta informação, a DGS diz também que as equipas de famílias (do serviço de saúde) devem actualizar o contacto dos cuidadores, manter a actividade que envolve o levantamento e identificação das crianças com necessidades de saúde especiais (NSE), em situação de risco ou vulneráveis nas áreas de cada unidade.

Portugal, onde os primeiros casos confirmados de Covid-19 foram registados no dia 2 de Março, encontra-se em estado de emergência até ao final do dia 2 de Abril.

Segundo os últimos dados divulgados pela DGS, em Portugal há 60 mortes associadas à doença e 3544 infecções confirmadas.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infectou mais 505 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram cerca de 23 mil.

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