Cerca de 6500 alunos foram diariamente comer à escola neste período de encerramento

Ministério da Educação indica que informações sobre o modo como decorrerá o 3.º período serão divulgadas até 9 de Abril.

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Refeições foram asseguradas em mais de 700 escolas FRANCISCO ROMãO PEREIRA

As mais de 700 escolas que se mantiveram abertas para apoio a alunos carenciados serviram, nestas duas semanas de isolamento social, uma média de 6500 refeições por dia, informou o Ministério da Educação (ME) numa nota à comunicação social enviada nesta quinta-feira.

Estas escolas ficaram também abertas também para assegurar o acolhimento dos filhos de trabalhadores de serviços essenciais, na área da saúde ou segurança, entre outras, uma vez que os pais não podem optar pelo regime de teletrabalho. Segundo o ME, nestas duas semanas os estabelecimento de ensino em causa deram “resposta a 150 filhos/educandos de trabalhadores de serviços especiais”.

Durante as férias da Páscoa, que se iniciam no dia 30 de Março, estes apoios continuarão disponíveis nas mesmas escolas.

Na nota agora enviada, o ministério reitera que as notas do 2.º período, que termina esta sexta-feira, “estão asseguradas em conformidade com as orientações já enviadas” às escolas. Como as escolas estão encerradas, as classificações não podem ser consultadas no seu espaço, como de costume. Por isso, está agora “a ser ultimada” a forma de as publicar de modo a assegurar “a protecção de dados pessoais dos alunos”, informa o ME.

O ministério refere também que as orientações para a atribuição de notas foram publicadas no novo site de apoio às escolas, na rubrica FAQ. As classificações continuarão a ser atribuídas em conselhos de turma, que “podem realizar-se à distância”, devendo em regra serem realizados através de “reuniões síncronas” em que todos os professores estão em contacto em simultâneo. Como nos conselhos de turma presenciais, as decisões devem ser registadas em acta e esta aprovada “por via de correio electrónico ou outra forma definida pela escola”.

Inquérito às escolas

Em respostas anteriores ao PÚBLICO, o ME indicou que os trabalhados realizados pelos alunos em casa, nestas duas semanas, “serão tidos em conta” nas classificações a atribuir. O que levanta dúvidas como a que foi suscitada pelo presidente da Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas, Filinto Lima: “Percebemos que muitos dos exercícios que têm sido enviados pelos professores desde que as escolas encerraram foram resolvidos pelos pais.”

Para este responsável, este problema pode ser ultrapassado na atribuição de notas do 2.º período porque os alunos já tinham vários elementos de avaliação antes do fecho das escolas.  Mas se forem só os trabalhos realizados à distância “a contar para as notas do 3.º período, como podemos, na verdade, avaliar os alunos”, questionou Filinto Lima.

Por agora, o ME continua em silêncio quanto ao que aí virá, limitando-se a indicar que, “tal como já anunciado, os moldes de funcionamento do 3.º período lectivo serão divulgados até 9 de Abril”.

Sendo muitos os alertas para o facto de o ensino à distância estar a acentuar as desigualdades sociais, já que muitos alunos não têm computador nem acesso à Internet em casa, o ministério garante que, através de um inquérito que foi agora enviado às escolas, “será possível identificar, com mais detalhe, a necessidade de respostas mais casuísticas”.

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