Portugal ultrapassa os 2000 casos de infecção. Há 23 mortes

São mais nove mortes do que no domingo. Região Norte continua a ser aquela com mais infecções pelo novo coronavírus, com 1007 casos. Pelo mundo, há mais de 337.500 pessoas infectadas e mais 14.600 mortes registadas.

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MIGUEL MANSO

Portugal registou até esta segunda-feira 2060 casos de infecção pelo novo coronavírus, mais 460 do que no domingo – o que corresponde a uma variação de 29%. Até esta segunda-feira, foram registadas 23 mortes, mais nove do que no domingo. Os dados são avançados no último boletim epidemiológico da Direcção-Geral da Saúde (DGS), que actualiza os números diariamente, pelas 12h. Ao todo, 14 pessoas recuperaram e há ainda 1402 a aguardar resultado laboratorial. Das 201 pessoas internadas, 47 estão em unidades de cuidados intensivos.

A região Norte é aquela que soma mais infecções, com um total de 1007 casos (e nove mortes) – mais 182 do que no domingo. A região de Lisboa e Vale do Tejo tem 737 casos de infecção e oito mortes e, no Centro, há 238 pacientes diagnosticados com covid-19 e cinco mortes registadas. No Algarve, são 42 casos e uma morte; no Alentejo, há cinco casos confirmados. Os Açores têm até esta segunda-feira 11 casos e a Madeira nove. Há ainda 11 pessoas infectadas que têm residência no estrangeiro.

Há mais mulheres infectadas do que homens (são 1080 mulheres e 980 homens). Os sintomas mais comuns são tosse (em 72% dos casos), febre (60%) e também dores musculares (42%), cefaleia (34%), fraqueza generalizada (28%) e dificuldade respiratória (23%).

No domingo, o crescimento de casos em Portugal tinha sido de 25% e no dia anterior de 25,5%. Questionada pelo PÚBLICO, a directora-geral da Saúde, Graça Freitas, disse que “a curva tem tido um comportamento não-explosivo”, mas que não se deve, para já, falar em achatamento da curva. “Não me atreveria, com base em três ou quatro dias, falar em achatamento. Nada nos deve deixar descansados.”

O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, disse na manhã desta segunda-feira que há médicos infectados com o novo coronavírus que estão internados nos cuidados intensivos, sem precisar quantos são. Miguel Guimarães diz que já pediu a Graça Freitas que incluísse a profissão nos dados associados aos doentes, para que seja possível aferir quantos profissionais de saúde estão entre os infectados. Já a bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, dissera, na sexta-feira, que havia 16 enfermeiros infectados e 50 a aguardar o resultado dos testes.

Quanto aos grupos de risco, os diabéticos com mais de 60 anos devem ficar em quarentena “rigorosa”, por serem um “grupo de maior risco [para a infecção pelo novo coronavírus], tal como acontece com as pessoas com mais de 70 anos sem outras patologias”, recomendou o presidente da Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP), José Manuel Boavida. Sem luvas, sem máscaras e sem gel desinfectante, os lares de idosos portugueses estão muito cépticos quanto à capacidade de contenção da propagação do novo coronavírus dentro das instituições. 

Na sexta-feira, o Governo decretou que as pessoas com mais de 70 anos, bem como os imunodeprimidos e portadores de doença crónica (como hipertensos, diabéticos, doentes cardiovasculares, portadores de doença respiratória crónica e doentes oncológicos) estão sujeitas a um dever especial de [auto]protecção, o que significa que só podem sair à rua com alguns objectivos específicos, mais restritos do que quem não tem essas doenças.

Para dar resposta ao número crescente de chamadas, o SNS24 criou uma plataforma online que permite às pessoas avaliar sintomas ligeiros associados à doença covid-19 para evitar sobrecarregar a linha telefónica.

Segundo a Reuters, mais de 337.500 pessoas estão infectadas com o novo coronavírus pelo mundo e mais de 14.600 morreram.

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