“A Igreja portuguesa devia ceder edifícios aos serviços de Saúde, como se fez em Espanha”

O padre e professor de Filosofia Anselmo Borges considera que as medidas de contenção do novo coronavírus foram tardias e defende que a Igreja tem aqui uma oportunidade para se tornar verdadeiramente comunitária, arrumando de vez com “a peste” do clericalismo.

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Padre Anselmo Borges Adriano Miranda

A covid-19 reduziu a Igreja Católica aos seus serviços mínimos. Com as missas públicas suspensas, as catequeses adiadas, os funerais amputados de cortejos e pessoas, como sairá a Igreja Católica desta pandemia do medo? Vai eclipsar-se ainda mais enquanto intermediária da fé religiosa? “Não”, desde que, sustenta o padre e professor de Filosofia Anselmo Borges, saiba transformar esta crise em oportunidade para voltar a ser “circular e participativa”, varrendo de vez o clericalismo. “Ou a Igreja se renova, ou vai para a coisa pior que pode acontecer-lhe que é transformar-se numa Igreja insignificante, isto é, sem significado para as pessoas”, avisa, numa entrevista em que critica o atraso nas medidas de contenção e lembra a obrigação de a Igreja se colocar ao serviço do Estado.

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