Entre 60 a 70 professores portugueses retidos em Maputo

Com os voos entre Lisboa e Maputo suspensos, dezenas de professores tentam regressar a Portugal. Em Moçambique há dois casos positivos de infecção.

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Os docentes dão aulas na Escola Portuguesa de Maputo Nelson Garrido

Actualmente há dezenas de professores portugueses em Moçambique sem conseguir marcar voo de regresso a Portugal. Uma das docentes da Escola Portuguesa de Maputo, Inês Sarmento, adiantou ao PÚBLICO que “entre 60 e 70 professores” do estabelecimento onde lecciona, na capital moçambicana, estão a tentar regressar a Portugal sem sucesso. Isto, dado que os voos a partir de Maputo com destino a Lisboa foram, entretanto, suspensos. 

Esta docente explicou que vários dos professores que manifestaram interesse em regressar a Portugal pertencem ao grupo de risco, quer em termos de idade, quer por sofrerem de doenças, por exemplo, enfisema pulmonar ou auto-imunes. E alguns estão ainda acompanhados de filhos pequenos. Inês Sarmento notou que hoje, domingo, ficou a saber-se que há dois casos em Moçambique de doentes infectados por coronavírus.

De acordo com Inês Sarmento, de 62 anos, a dar aulas no Maputo, ao serviço do Estado português, a direcção da Escola já informou os serviços da embaixada de que “entre os 60 ou 70 professores que querem regressar a Portugal, muitos estão no grupo de risco”. A Embaixadora de Portugal em Moçambique regressou a Lisboa há cerca de 15 dias, enquanto o cônsul português viajou a semana passada num dos últimos voos da TAP antes de terem sido suspensos, observou. “E daí eu não estar a conseguir agendar reuniões na embaixada ou no consulado.”

Inês Sarmento também referiu que há vários dias que tem estado a tentar comprar viagem de regresso, e que se manteve a trabalhar até ser conhecida a decisão do Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, na passada sexta-feira, 20 de Março, de mandar encerrar os estabelecimentos de ensino, no quadro das medidas de combate a esta crise. E relatou que embora ainda existem alguns voos a partir de Maputo, quase todos estão cheios, e todos com várias escalas, e sempre em países africanos. A preocupação é que “se viajarmos corremos o rico de ficarmos retidos nos aeroportos por decisões de encerramento” devido à pandemia de coronavírus, o que “é um perigo para quem tem problemas de saúde ou filhos menores”.

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