China sem casos de transmissão local de covid-19 pela primeira vez

Foram registados mais 34 casos na quarta-feira, todos em pessoas que chegaram ao país nos últimos dias. Atenção da OMS vira-se agora para África: “Preparem-se para o pior.”

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Um médico de Wuhan despede-se de um colega de outra cidade que ajudou no combate ao novo coronavírus Reuters/CHINA DAILY

A China registou na quarta-feira o seu primeiro dia sem um único caso de transmissão local do novo coronavírus em todo o país. O anúncio, visto como um marco importante no combate à doença covid-19, pode ser um passo para o levantamento do bloqueio na cidade de Wuhan, que registou os primeiros casos em todo o mundo há quase quatro meses.

Esta quinta-feira, as autoridades de saúde chinesas comunicaram 34 novos casos, mas todos em pessoas que regressaram à China nos últimos dias.

De acordo com o jornal China Daily, o Governo chinês admite levantar o bloqueio a Wuhan ao fim de 14 dias consecutivos sem nenhum novo caso de transmissão local.

Os 34 casos registados nas últimas horas elevaram para 189 o número de pessoas diagnosticadas com covid-19 após terem regressado ao país.

Foram também registadas mais oito mortes, todas na província de Hubei, a mais afectada no país desde o aparecimento dos primeiros casos, entre Novembro e Dezembro de 2019 - embora na altura os casos tivessem sido considerados como pneumonias de origem desconhecida.

Até quarta-feira, a China reportou 81 mil casos. No total, há registos de 3245 mortes e 7263 pessoas estão doentes.

"Acordem"

Com a atenção a desviar-se da China para a Europa e para os Estados Unidos da América, a Organização Mundial de Saúde lançou um alerta aos países africanos para que reforcem as suas medidas de protecção contra o novo coronavírus – a que o director-geral da organização chamou “uma ameaça contra a humanidade”.

“Este coronavírus é uma ameaça sem precedentes”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, apelando aos países africanos que “acordem” numa altura em que o número de casos em todo o mundo ultrapassou os 200 mil.

“Temos visto, noutros países, que o vírus acelera depois de chegar a um determinado ponto, por isso o melhor conselho que se pode dar a África é que se prepare para o pior, e que comece a preparar-se hoje”, avisou o responsável.

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