Às corridas juntam-se os regulamentos técnicos no mapa dos adiamentos

Novas directrizes, que deveriam entrar em vigor em 2021, foram atiradas para o ano seguinte. GP do Mónaco definitivamente cancelado.

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LUSA/TONI ALBIR

Não são apenas Grandes Prémios que têm sido reprogramados a conta-gotas no calendário do Mundial de Fórmula 1. Esta quinta-feira serviu para confirmar mais algumas alterações, é certo, mas também para a Federação Internacional do Automóvel (FIA) anunciar o adiamento por um ano dos novos regulamentos técnicos, que deveriam entrar em vigor no início de 2021.

Devido à “crise financeira provocada pela pandemia de covid-19, as equipas utilizarão em 2021 o chassis de 2020”, adiantou o organismo, acrescentando que está “em estudo”, a possibilidade de congelar o desenvolvimento de outros componentes. A decisão de postergar as novas directrizes técnicas para 2022 foi tomada de forma unânime pelas equipas que participam na prova.

“As partes discutiram também a actual situação do campeonato e como o desporto vai reagir aos desafios crescentes provocados pelo novo coronavírus”, divulgou a FIA, que mantém o quadro financeiro previsto para o próximo ano, mas alerta para a necessidade de encontrar formas de cortar custos e “fazer poupanças significativas”.

Apesar do apoio manifestado pelos representantes das diferentes escuderias à reformulação do calendário, há medidas que têm um carácter já definitivo. É o caso do cancelamento do Grande Prémio do Mónaco, uma das míticas paragens do circuito de Fórmula 1 que se disputa ininterruptamente desde 1954. “Não pode ser adiado, nem há hipótese de organizar a corrida mais à frente este ano”, explicaram os organizadores.

A missão de acomodar corridas em datas diferentes das inicialmente previstas torna-se mais espinhosa porque, já depois de ter sido antecipada a “pausa de Verão” para os meses de Março e Abril, a FIA se viu na contingência de adiar os GP dos Países Baixos e de Espanha. A estas alterações forçadas juntam-se as já anunciadas suspensões das provas na Austrália, Bahrein e China.

Ora, um Campeonato do Mundo de Fórmula 1 tem de contar, pelo menos, com oito etapas, e embora actualmente o cenário mais drástico esteja ainda distante (há, até ver, 15 corridas programadas), as dificuldades são evidentes. “Tivemos total apoio nos nossos planos de recalendarização. A F1 e a FIA vão agora trabalhar para finalizar a revisão do calendário de 2020, em conjunto com as equipas, mas a verdade é que a aprovação formal do documento não precisa da aprovação delas”, sublinhou Chase Carey, chairman da Fórmula 1.

A expectativa é de que a competição possa agora arrancar, no limite, no início de Junho, no Azerbaijão, mas flexibilidade continua a ser a palavra de ordem. “Temos a flexibilidade necessária para acordar com os promotores a revisão de algumas datas e para começarmos a correr no momento certo”. E quando será? “Tão cedo quanto possível”, limita-se a dizer Chase Carey.

Em cima da mesa das possibilidades, está a realização de corridas em fins-de-semana consecutivos e reagrupar tanto quanto possível, do ponto de vista geográfico, alguns dos Grandes Prémios, para minimizar os problemas de logística.

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