Merkel faz forte apelo à disciplina e responsabilidade dos alemães

A chanceler alemã diz que tem a certeza de que a pandemia vai ser ultrapassada. “Mas quantas pessoas queridas vamos perder?”, perguntou. Isto está nas mãos de todos, sublinhou.

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Angela Merkel fez uma comunicação ao país para apelar a que cada um se isole e distancie para travar a pandemia do novo coronavírus FILIP SINGER/EPA

Numa rara mensagem pré-gravada aos alemães, a chanceler Angela Merkel apelou a todos para que “sejam disciplinados a seguir as regras": “Adiem a visita bem-intencionada”, especialmente aos mais velhos, disse.

Merkel reconheceu quão duros são os limites agora pedidos pessoas para que abrande a disseminação das infecções pelo novo coronavírus. São limites nunca antes pedidos na história da República Federal, notou, numa gravação dirigida à nação como nunca fez em 14 anos de Governo (apenas as comunicações do Ano Novo são feitas neste formato).

Falou da sua experiência pessoal como cidadã da República Democrática Alemã, que já viveu “com restrições a viagens”, e enumerou tudo o que está suspenso: “eventos, missa, escola, jogos”. Mas tudo isto, sublinhou, tem um propósito maior: “Salvar vidas”.

Merkel dedicou um momento a assegurar que o Governo quer ter o máximo de coisas a funcionar com o menor risco. Abastecimento alimentar e dos supermercados está assegurado. “A prateleira pode estar vazia num dia mas no seguinte estará cheia”, garantiu.

E quem “açambarque” nos supermercados (os alemães dizem fazer "compras de hamster") está simplesmente a não ser solidário. Quem trabalha nos supermercados mereceu uma palavra de apreço da chanceler: “Agradeço que estejam aí para os vossos concidadãos”.

A chanceler sublinhou que apesar do desafio histórico não era altura nem para estar em pânico, mas não pensar que não é nada que tenha a ver connosco. “Cada um de nós pode ser afectado.”

Apesar de muitas pessoas estarem a seguir as indicações das autoridades, em muitos parques, esplanadas e Biergartens têm-se juntado muitas pessoas a aproveitar as temperaturas um pouco mais altas.​

Mas “não estamos condenados a ver passivamente o avanço do vírus”, declarou. “Temos um meio para isso. Temos de manter distâncias, não dar apertos de mão, manter pelo menos um metro e meio de distância, e não ter nenhum contacto com idosos”, declarou. Em tempos difíceis, “estar perto é importante, mas aquela visita bem-intencionada não pode acontecer, e avós e netos não devem estar juntos”, sublinhou.

“Só juntos vamos ultrapassar isto. E tenho a certeza absoluta de que vamos conseguir”, declarou. “Mas quantas pessoas queridas vamos perder? Isto está, em grande parte, nas nossas mãos.”

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