Lisboa cria rede de apoio alimentar a idosos para que fiquem em casa

Em articulação com as juntas de freguesia, a Câmara de Lisboa vai ter equipas a fazer compras ou entregar comida confeccionada aos mais idosos

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Câmara vai disponibilizar comida preparada ou alimentos para confecção Rui Gaudêncio
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Rui Gaudêncio

Apelando a que os idosos “fiquem nas suas casas”, devido ao surto de covid-19, a Câmara de Lisboa reuniu-se esta quarta-feira, por videochamada, com as juntas de freguesia, para montar uma rede de apoio ao sistema de alimentação.

“Para os idosos poderem ficar nas suas casas precisamos de ter a confiança e a certeza de que nada lhes faltará, em especial em matéria de alimentação”, disse Fernando Medina após a reunião. Sendo “absolutamente essencial que os mais velhos fiquem em casa e se protejam mais do que todos os outros”, o autarca de Lisboa explicou que o apoio das câmaras passa por assegurar a entrega de refeições ou de alimentos em casa, dependendo da autonomia dos beneficiários para poderem confeccionar as refeições.

A partir dos refeitórios escolares e dos refeitórios da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, as autarquias vão criar uma rede de confecção de alimentos, que “faça chegar aos mais necessitados, em primeiro lugar, aqueles que não têm autonomia para confeccionar”, indicou.

No caso dos idosos, assim como dos doentes crónicos, que mantêm autonomia para cozinhar as refeições, as juntas de freguesia vão disponibilizar-se para ir às compras e entregar em casa, existindo equipas a receber os pedidos por telefone e outras a distribuir na rua. 

“Proteger os mais vulneráveis também é proteger todos os outros, porque reduzimos a pressão sobre o Serviço Nacional de Saúde”, afirmou Fernando Medina, justificando a prioridade no apoio aos idosos, que “é essencial por questões de humanidade”.

Sobre o número de pessoas abrangidas por este apoio, o autarca referiu que, “até ao deflagrar desta epidemia, recebiam apoio domiciliário alimentar na cidade de Lisboa, numa rede coordenada através da Santa Casa da Misericórdia, 4000 idosos”, mas a rede está a crescer, “de forma rápida”, nomeadamente com pessoas que faziam as refeições nos centros de dia e deixaram de o fazer, pelo que está a ser feito esse levantamento e monitorização das necessidades.

Depois da reunião “virtual” - em que os jornalistas esperaram mais de uma hora, inicialmente no corredor das instalações da junta de freguesia de Benfica e depois no exterior, situação para a qual o presidente da Câmara de Lisboa pediu desculpas -, Fernando Medina calçou as luvas de protecção e foi para as ruas distribuir os bens à população idosa.

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