Bolsas europeias voltam a fechar no “vermelho”

PSI-20 caiu 5%, em linha com praças europeias. Nos EUA, o índice S&P 500 teve uma nova pausa técnica após cair mais de 7% e o petróleo está na casa dos 25 dólares.

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S&P 500 voltou a ter uma paragem técnica após queda expressiva LUSA/JUSTIN LANE

As principais praças europeias voltaram a fechar o dia com perdas e, Estados Unidos, os mercado estão também a cair depois do dia de subidas de ontem, à boleia do anúncio de fortes estímulos financeiros dos governos.

Esta quarta-feira, o PSI-20 caiu 5%, em linha com as suas congéneres europeias, com todas as principais cotadas a descer, à excepção da Corticeira Amorim. A maior queda foi a da Ibersol, seguida pela Altri e pela Semapa. Ao lado, o principal índice, Ibex 35 desceu um pouco menos, 3,4%, mas Alemanha (Dax) e França (Cac 40) caíram 5,5% e 5,9%, respectivamente (antes, o tom negativo já tinha vindo da Ásia, com Xangai a descer 1,8%).

No caso do Stoxx Europe Total Market Airlines, que reúne as principais companhias aéreas europeias cotadas, a queda foi de mais uns expressivos 8,3%. 

De manhã, a Bloomberg referia a existência de uma forte preocupação com o impacto da pandemia no crescimento económico e nos resultados das empresas, que não se dissipou, até pelo sentimento de indefinição sobre a propagação do novo coronavírus, nomeadamente nos EUA.

Gestores de fundos a vender 

Esta tarde, Mohamed El-Erian, actual economista-chefe do grupo Allianz, destacava ao Financial Times que havia “mais más notícias sobre a possível severidade e duração da paragem económica”, além na manutenção de sinais de stress no funcionamento dos mercados e preocupação sobre uma desalavancagem generalizada.

O FT dá também nota de que houve uma subida dos juros implícitos na dívida soberana europeia, mais visível em países como Itália mas também em Portugal, uma vez que gestores de fundos estão pressionados para devolver dinheiro aos clientes e têm de vender os activos mais líquidos. Isso verifica-se, até, pela ausência de uma corrida ao ouro, activo normalemente visto como seguro em tempos de crise.

Nos EUA, o índice S&P 500 voltou a ter uma pausa técnica de 15 minutos, accionada de forma automática sempre que cai mais de 7% numa sessão. Pelas 17h30 estava a perder 8%.

O petróleo também sofreu nova descida, devido à paragem na procura global também aos efeitos que se fazem sentir da guerra de preços entre a Arábia Saudita (OPEP) e a Rússia. Pelas 17h30, o barril de Brent (referência para a economia portuguesa) estava com uma quebra de perto de 12%, batendo nos 25 dólares.

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