Covid-19: Lisboa faz a sua parte

Vivemos uma situação inédita na nossa democracia. Em outros tempos, tivemos de fugir à guerra, combater uma ditadura, agir clandestinamente. O que nos pedem hoje é muito mais fácil. Ficar em casa e cuidar de quem mais precisa. Para isso, precisamos da maior resposta social de sempre da cidade de Lisboa. Para grandes males, grandes respostas sociais.

Lisboa vive hoje uma situação inédita. A resposta dos lisboetas ao apelo da Direção-Geral da Saúde é visível, não só com grande parte das ruas desertas, como pelas palmas que ouvimos diariamente. Temos orgulho do nosso Serviço Nacional de Saúde e em quem dá o seu melhor para nos proteger. Palmas é o mínimo que lhes podemos dar.

Mas nós sabemos que a resposta à pandemia não se pode resumir à resposta do Serviço Nacional de Saúde. Há uma emergência social e económica que precisa de respostas e Lisboa já avançou, nas áreas de Direitos Sociais e Educação, as primeiras medidas naquele que é o maior programa de apoio social da CML.

Este plano pode, neste momento, ser dividido em quatro áreas, embora estas possam evoluir nos próximos dias:

1. Nenhuma criança fica para trás

Em toda a cidade, existem atualmente 13 refeitórios e 26 escolas em funcionamento para servir refeições às crianças mais carenciadas, dos escalões A e B. Oferecemos pequeno-almoço, almoço e lanche a quem quiser e precisar. Por questões de distanciamento social será em serviço de take-away e por razões de higiene e segurança, em embalagens unidose fechadas. Todos os encarregados de educação destas crianças podem recolher as três refeições das 12h às 13h30.

2. Idosos protegidos

Sabemos que os nossos cidadãos com mais idade são os que estão em maior risco, além de pessoas com doenças crónicas, do foro respiratório, cardíacas e outras. Lisboa é uma cidade envelhecida e, como soubemos recentemente através do Projeto Radar, existem dezenas de milhares de idosos que vivem em situação de isolamento. Graças a este projeto conjunto da CML com a Santa Casa da Misericórdia, podemos hoje avançar com um acompanhamento social pessoa a pessoa e de proximidade.

O que quer isto dizer? Distribuição de vários milhares de refeições quentes, garantia de higiene pessoal, entrega de medicamentos e acompanhamento pessoal por telefone através do serviço de teleassistência para os nossos mais velhos. Mais do que nunca, eles precisam da nossa ajuda.

3. Quem dorme na rua precisa de uma resposta especial

Porque vivem na rua, têm em grande parte histórico de consumos e de doença mental, estas pessoas estão entre as mais vulneráveis no que toca à infecção pelo novo coronavírus. Por isso, vamos reforçar inúmeras áreas de apoio a esta população. Destaco algumas: todos os centros de acolhimento têm plano de contingência ativo, medidas de higienização reforçadas, espaço de isolamento preparados caso exista alguma suspeita e procedimentos para quarentena, caso seja necessário.

Também iremos abrir três novos Centros de Acolhimento temporário para responder às pessoas em situação de sem abrigo, em edifícios adaptados em vários pontos da cidade, o maior dos quais no Pavilhão Casal Vistoso, no Areeiro. 

4. Escolas para os filhos de quem nos protege

Garantimos também, com o Ministério da Educação, a abertura de dez escolas distribuídas pela cidade para os filhos dos profissionais dos serviços essenciais: saúde, forças de segurança e bombeiros. Estas escolas estão abertas para todos os alunos destes profissionais.

Vivemos uma situação inédita na nossa democracia. Em outros tempos, tivemos de fugir à guerra, combater uma ditadura, agir clandestinamente. O que nos pedem hoje é muito mais fácil. Ficar em casa e cuidar de quem mais precisa. Para isso, precisamos da maior resposta social de sempre da cidade de Lisboa. Para grandes males, grandes respostas sociais.

O autor escreve segundo o novo acordo ortográfico

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