Coronavírus: entrega ao domicílio de medicamentos para doentes crónicos

“Nenhum doente vai ficar sem medicação”, garantiu esta terça-feira Graça Freitas, directora-geral da Saúde. A entrega ao domicílio dos fármacos pode passar por “iniciativas comunitárias e da sociedade”.

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A medida ainda não foi formalizada mas há várias hipóteses de concretização em cima da mesa. LUSA/MANUEL DE ALMEIDA

Os doentes crónicos que necessitem de medicamentos que são disponibilizados pelos seus hospitais vão passar a receber os fármacos em casa, anunciou esta terça-feira a directora-geral da Saúde, Graça Freitas.

A agência Lusa teve conhecimento de alguns casos de doentes crónicos, nomeadamente transplantados, que estão preocupados com a forma como podem ter acesso aos medicamentos distribuídos pela farmácia do hospital devido às restrições de acesso aos estabelecimentos de saúde impostos pelo surto do novo coronavírus.

Questionada sobre esta situação, na conferência de imprensa diária de actualização de informação relativa à pandemia da Covid-19, Graça Freitas afirmou que “todos os dias” estão a sair despachos, normas, orientações “e obviamente vai sair uma orientação para que doentes crónicos que necessitem de medicamentos que são disponibilizados pelos seus hospitais possam receber esses medicamentos em domicílio”.

Sobre como vai ser feita esta distribuição, a directora-geral da Saúde afirmou que “as soluções são múltiplas”. “Agora, o que interessa é que o doente no seu domicílio possa receber o seu medicamento para o prazo em que ele é necessário e, portanto, isso está a ser tratado e nenhum doente vai ficar sem medicação, cuja entrega será feita ao domicílio”, garantiu.

Esse sistema pode contar com a participação das farmácias, das autarquias, das igrejas, dos distribuidores de medicamento, “o que for considerado necessário”, disse ainda Graça Freitas, na conferência de imprensa em que esteve presente o secretário de Estado da Saúde, António Sales.

“Neste momento, como disse o secretário de Estado, aceitamos e apoiamos todas as iniciativas comunitárias e da sociedade”, adiantou, ressalvando que “os próprios hospitais têm capacidade de distribuir e fazer a distribuição dos medicamentos”.

“As soluções serão encontradas a nível local. Uma coisa são os despachos e as orientações, quer do Ministério da Saúde, quer da Direcção-Geral da Saúde, depois a forma como é operacionalizada em cada sítio deve ser de acordo com os recursos” de cada local, que pode passar pelas farmácias, ou os distribuidores de medicamentos que fazem a distribuição para as farmácias passarem também a fazer essa distribuição ao domicílio.

Para Graça Freitas, “o que interessa é que os doentes sujeitos a medicação crónica fornecida” pelos hospitais “recebam no dia e na hora certa os medicamentos”.

No seu boletim diário, a DGS elevou esta terça-feira o número de casos confirmados de infecção com o novo coronavírus para 448, mais 117 do que na segunda-feira, dia em que se registou a primeira morte em Portugal. Dos casos confirmados, 242 estão a recuperar em casa e 206 estão internados, 17 dos quais em unidades de cuidados intensivos (UCI).

O boletim divulgado pela DGS assinala cerca de quatro mil casos suspeitos até esta terça-feira, dos quais 323 aguardavam resultado laboratorial.

Das pessoas infectadas em Portugal, três recuperaram. De acordo com o boletim, há quase sete mil contactos em vigilância pelas autoridades de saúde.

Actualmente, há 19 cadeias de transmissão activas em Portugal, mais uma do que no domingo.

A nível global, o número de infectados é superior a 180 mil, e foram registadas mais de sete mil mortes.

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