França, Itália e Espanha limitam vendas a descoberto para travar queda das bolsas

Cenário de suspensão dos mercados, como o fez as filipinas, está, por enquanto, a ser afastado na Europa.

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Mercados de capitais têm estado sob pressão em todas as geografias LUSA/JUSTIN LANE

As bolsas europeias iniciaram a sessão desta terça-feira em terreno positivo, depois das fortes quedas de segunda-feira, um movimento de correcção natural, mas que também pode estar influenciado pela proibição das vendas a descoberto decididas pelas autoridades bolsistas de França, Itália e Espanha. A medida, noticiada pela Reuters, pretende estancar as vendas a pressão da venda de acções, em movimentos especulativos conhecidos por vendas short-selling.

A possibilidade de encerramento dos mercados não está, por enquanto, a ser afastada por várias bolsas europeias.

Em Portugal, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) ainda não disse se pretende seguir o mesmo exemplo da limitação das vendas a descoberto que, de um modo simplista, consiste na venda de acções que foram emprestadas (por investidores que as querem manter) e que são depois vendidas em bolsa para mais tarde serem recompradas a um preço mais baixo (para as entregar ao emprestador), ganhando com a diferença.

Em França, a proibição daquele tipo vendas abrange 92 empresas e em Espanha aplica-se a todas as cotadas, durante os próximos 30 dias.

Já a decisão de encerramento dos mercados de capitais, uma opção até agora apenas tomadas pelas Filipinas em relação aos mercados bolsista, cambial e de obrigações, está a ser afastada. Em declarações à rádio RTL, o ministro das Finanças da França, Bruno Le Maire, disse que outras coisas poderiam ser feitas primeiro, como proibir as vendas a descoberto, descrevendo isso como “o primeiro passo para acalmar as coisas”.

Segundo a Reuters, Bruno Le Maire disse que era importante manter os mercados financeiros abertos para que as empresas fossem avaliadas correctamente.

Entretanto, a Alemanha e a Holanda também afastam a possibilidade de encerramento temporário dos mercados.

Ainda segundo a Reuters, a bolsa de Londres recusou-se a comentar a suspensão das negociações para todo o mercado, mas observou que não suspendeu as negociações em tempos anteriores de extrema volatilidade, como a crise financeira e a derrocada de Outubro de 1987, que ficou conhecida como segunda-feira “negra”.

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