Castelo de São Jorge estará encerrado ao público a partir desta tarde

Autarquia justifica a decisão de não encerrar, até agora, a zona ao ar livre do Castelo de São Jorge por ser uma “forma de apoio à dispersão de turistas pela cidade”.

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Castelo de São Jorge é o equipamento cultural mais visitado na cidade DANIEL ROCHA

Depois da contestação dos trabalhadores, a Câmara de Lisboa decidiu encerrar a área ao ar livre do Castelo de São Jorge, a partir das 15h desta segunda-feira.

Na semana passada, o município anunciou um conjunto de medidas de contingência do surto do novo coronavírus (covid-19), nas quais se incluíam o encerramento de todos os seus equipamentos desportivos, culturais e recreativos com funcionamento em espaço fechado. O mesmo aconteceu com as áreas fechadas do Castelo de Jorge, mas mantiveram-se acessíveis as áreas exteriores.

Sem compreender esta decisão da autarquia e da empresa municipal que o gere, a EGEAC, o Sindicato de Trabalhadores do Município de Lisboa emitiu, na passada sexta-feira, um comunicado em que pedia que fossem “assumidas decisões que salvaguardem a saúde pública neste espaço” e avaliadas “com os trabalhadores os melhores caminhos à salvaguarda da sua saúde e bem-estar”, pedindo assim o seu encerramento ao público, uma vez que este é o equipamento mais visitado na cidade, sobretudo por turistas estrangeiros. 

A autarquia justifica agora, em comunicado, que entendeu manter aberta a zona ao ar livre do castelo, “como forma de apoio à dispersão de turistas pela cidade”.

Até este fim-de-semana (e numa situação possivelmente única a nível nacional) mantinham-se na cidade de Lisboa dezenas de milhares de turistas para os quais não foi possível promover ou assegurar retorno antecipado aos seus países”, nota o município, assumindo que, “como medida de saúde pública, a Câmara de Lisboa procurou assegurar a sua dispersão pelos diferentes espaços ao ar livre, evitando a sua concentração em menos locais e/ou como espaços fechados, (como restaurantes, ou cafés, centros comerciais ou outros)”.

A nota ressalva ainda que “foram implementadas todas as medidas de protecção sobre atendimento público aos trabalhadores das bilheteiras”. 

Na passada terça-feira, a autarquia tinha já anunciado um pacote de medidas para reduzir o risco de contágio, nas quais se incluem o encerramento dos museus, galerias e bibliotecas municipais, dos teatros municipais (São Luiz, LuCa e Teatro do Bairro Alto), do Padrão dos Descobrimentos e do Cinema São Jorge, e também das piscinas municipais.

Estas medidas estão sujeitas “a avaliação permanente”, devendo vigorar, pelo menos até 3 de Abril. Já no domingo, a autarquia anunciou a suspensão das feiras do Relógio e das Galinheiras, que se realizam semanalmente. E que comprou aos produtores e vendedores destas feiras os bens frescos, como fruta e legumes, e que estes terão tido como destino “instituições sociais que em Lisboa cozinham para os sem-abrigo”.

De acordo com a mais recente actualização da Direcção-Geral de Saúde (DGS), o número de casos de infecção confirmados está já nos 331, mais 86 do que os registados no domingo. Há 374 pessoas que aguardam resultado laboratorial e registam-se três casos recuperados.

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