António Vitorino: advogado, político e lobbyista

Ministro, comissário europeu, advogado, comentador, consultor e analista. António Vitorino, 63 anos, conhece bem os corredores do poder. E, por isso, é chamado a fazer pontes para fazer as coisas acontecerem. No período em que era sócio do escritório de advogados Cuatrecasas, não recebeu apenas de empresas da órbita do ex-embaixador de Espanha, Raul Morodo, visado em processos por fraude fiscal e branqueamento de capitais. Foi remunerado por serviços a firmas de consultoria portuguesas, uma delas com extensões a África. O P2 investigou os bastidores e encontrou histórias por contar.

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Daniel Rocha

A associação de António Vitorino, actual responsável pela Organização Internacional para as Migrações, instituição das Nações Unidas (ONU), a episódios polémicos e a empresas instrumentais não é nova e já lhe valeram a alcunha de “lobbyista”. Apontado nas últimas décadas ao epicentro de operações controversas, algumas mais mediáticas do que outras, e muitas a dependerem de aprovações governamentais, o ex-ministro, ex-deputado e ex-comissário europeu interveio, enquanto advogado da espanhola Telefónica, na estratégia que ajudou a derrubar as barreiras levantadas por José Sócrates à venda da posição da Portugal Telecom na brasileira Vivo. Em 1999, já em Bruxelas, posicionou-se ao lado do banco espanhol Santander, a cujos órgãos sociais pertencera (e que vai reocupar de volta a Lisboa), contra o Estado português, na venda da Mundial Confiança, vetada pelo ex-ministro das Finanças António de Sousa Franco.

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