Coronavírus: TVI já não vai estrear o Big Brother 2020 no dia 22

No sábado, a estação de televisão tinha dito que mantinha a decisão de estrear a edição comemorativa dos 20 anos do reality show na próxima semana, mas que a situação estava “em permanente avaliação”. Este domingo, anunciou o adiamento.

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Teresa Guilherme no Big Brother original DANIEL ROCHA

Big Brother 2020, programa que assinala os 20 anos da estreia em Portugal do reality show homónimo, já não se vai estrear no dia 22. A TVI tinha anunciado este sábado que a data se mantinha, mas que o caso estava “em permanente avaliação”, no contexto da pandemia de covid-19, e acabou entretanto por rever a decisão esta tarde. Em comunicado distribuído às redacções, a estação de televisão veio informar que, “perante a situação crescente de risco e incerteza que Portugal e o mundo atravessam”, a estreia do programa apresentado por Cláudio Ramos foi adiada.

As palavras são de Nuno Santos, director de programas da TVI, numa nota que salienta ainda que o projecto envolve 150 trabalhadores, contando com as duas dezenas de concorrentes. “Tomámos as medidas preventivas adequadas e recomendadas pelo Governo em relação aos concorrentes seleccionados. Entre essas medidas estão exames de despistagem e um período de isolamento que está a ser cumprido. Um protocolo de prevenção está também a ser seguido relativamente às equipas técnicas e de conteúdos”, escreve. “Ainda assim, e dada a dimensão da produção – na casa e na área de trabalho envolvente, no estúdio das galas e nos vários programas diários a partir de Queluz de Baixo – consideramos não estarem reunidas todas as condições”, refere, acrescentando que “a seu tempo será anunciada uma nova data de estreia”.

O que é que mudou de um dia para o outro? Nuno Santos, o director de programas, explicou ao PÚBLICO esta noite, após ter ido ao Jornal das 8 da TVI falar sobre o adiamento do programa, que “nada de essencial”, apenas que os condicionamentos à rotina normal vão mudando de dia para dia: “Hoje o Governo anunciou mais restrições, amanhã anunciará outras e depois de amanhã ainda outras.” “Esta decisão”, acrescentou, “foi amadurecida nos últimos dias, tomada em função da evolução da situação”. Mas os concorrentes foram rastreados, reitera, e já “estão neste momento isolados”.

“O quadro que tínhamos no início de semana não é o quadro que tínhamos nos últimos dias”, disse ainda, dando o exemplo do mercado norte-americano, em que vários programas de televisão foram postos em pausa, e ainda do Big Brother grego, cuja estreia este fim-de-semana foi cancelada, ou da versão italiana, que já estava em curso e “mudou completamente o dispositivo”. 

Apesar do adiamento, o director mantém, no comunicado, que “o BB2020 é e será o programa do ano”. “Nós vamos fazê-lo, mas em segurança”, afirma ao PÚBLICO. É com este programa, de resto, que a TVI conta para disputar a liderança das audiências, que perdeu há um ano para a SIC, após a transferência de Cristina Ferreira para a estação de Carnaxide. Entretanto, mudou já duas vezes de director de programas e viu na semana passada gorada a possibilidade de compra pela Cofina do grupo em que se encontra integrada, a Media Capital.

“Todos estamos a reconfigurar a nossa vida em função de um acontecimento totalmente inesperado. Teremos produto, teremos oferta, mas vamos ter de reconfigurar a nossa vida. Perante uma situação excepcional, uma solução excepcional”, remata o director de programas.

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