“O esforço de todos e cada um tem de ser maior”, diz Marcelo

Presidente da República apoia as decisões já tomadas pelo Governo e garante que “promulgará ou tomará a iniciativa quanto a todas as medidas que for entendido serem imprescindíveis perante a gravidade da situação”.

Foto
Marcelo Rebelo de Sousa afirma-se vigilante em relação às medidas do Governo FRANCISCO ROMAO PEREIRA

O Presidente da República, que continua em quarentena até quarta-feira, publicou uma comunicação ao país em que exorta os portugueses a mobilizarem-se contra o covid-19 e afirma estar a acompanhar “a par e passo” o processo de decisão política do Governo quanto às medidas a adoptar, garantindo que “promulgará ou tomará a iniciativa quanto a todas as medidas que for entendido serem imprescindíveis perante a gravidade da situação”.

O surto de covid-19, agora convertido em pandemia, sabe-se hoje, pode ser mais intenso e duradouro do que a própria Organização Mundial de Saúde pensava”, começa por dizer Marcelo Rebelo de Sousa, para concluir que “o esforço de todos e de cada um terá de ser maior, para enfrentar uma situação que pode ser mais grave e duradoura do que muitos especialistas diziam no começo do ano.”

O Presidente da República afirma estar a acompanhar todas as medidas tomadas pelo Governo, mas deixa a responsabilidade da decisão para o executivo, dizendo que este anunciou “as medidas que entendeu estritamente necessárias e suficientes para esta fase da situação vivida em Portugal, na saúde, como na economia, no emprego e nos rendimentos”, salvaguardando que poderão ser reforçadas ou tomadas outras.

O chefe de Estado “apoia a decisão do Governo, saúda o sentido de Estado dos partidos e parceiros sociais”. Mas também afirma uma posição vigilante, garantindo que e promulgará ou tomará a iniciativa quanto a todas as medidas que for entendido serem imprescindíveis perante a gravidade da situação”. 

Marcelo Rebelo de Sousa envia depois “uma palavra de solidariedade” aos portugueses internados, tratados em casa, em vigilância ou em quarentena, “como ele próprio se encontra por entendimento das autoridades sanitárias”, e agradece ao pessoal de saúde “a dedicação sem limites, que tem votado, semana após semana, e estende esse agradecimento aos muitos outros profissionais que já exprimiram a sua disponibilidade para colaborarem na missão comum.”

A todos os portugueses, pede responsabilidade: “Que continuem mobilizados mas serenos, preocupados mas disciplinados, percebendo que só com paciência e contenção, cumprindo as medidas tomadas, evitando situações de risco e ficando em casa sempre que possível, pensando nos mais vulneráveis, sobretudo nestas próximas semanas, será possível criar condições para moderar e depois travar a pandemia e tratar, em unidades de saúde e em casa, os pacientes.”

Não esquece também os efeitos económicos e sociais do surto, , mostrando-se sensível aos argumentos da necessidade de “limitar a quebra no crescimento, no emprego e nos rendimentos das famílias”, sublinhando que estamos “perante um duplo desafio: de saúde pública e económico e social”.

O Presidente lembra que Portugal já enfrentou “desafios de saúde pública mais graves do que este”, como a gripe pneumónica de há cem anos, bem como “desafios financeiros, económicos e sociais ainda mais intensos à sua existência como Nação independente e soberana”. E “ultrapassou todos eles”, afirma, graças “à sabedoria e experiência dos portugueses, que, nas horas essenciais, se unem, se disciplinam, resistem, reforçam o seu querer e vencem”. “Assim será, também, desta vez”, remata.

Sugerir correcção
Comentar