A peste (II)

Acusar-me-ão de insensibilidade e de irresponsabilidade. Este é agora o anátema que se lança sobre os que apelam a um mínimo de racionalidade contra o pânico.

Desde que o governo italiano decretou, no domingo passado, o estado de emergência sanitária, o pânico tomou conta de uma grande parte dos portugueses. Em 48 horas perdeu-se a batalha da opinião pública contra o alarmismo. Autarcas, reitores, diretores de escolas e outras instituições públicas, tornaram-se reféns do medo que abertamente lhes manifestam os pais de alunos, os utentes de serviços, os próprios funcionários, e desataram a fechar, suspender, cancelar tudo, sem que, na grande maioria dos casos, as autoridades sanitárias lho tivessem pedido. Estas mesmas deixaram de conseguir impor a regra da rastreabilidade dos contactos que os infetados com a covid-19 terão tido para passarem a limitar-se a não se opor a esta epidemia de precipitação e de improvisação: cada encerramento e cancelamento leva a outro. O passo lógico seguinte é exigir que se fechem fábricas, escritórios, transportes coletivos...

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