Incêndio em centro de refugiados na ilha de Lesbos

Este é o segundo incidente em Lesbos desde que a Turquia decidiu abrir as suas fronteiras para a passagem dos refugiados. A hostilidade contra os migrantes tem aumentados.

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Marcas que o incêndio deixou no centro One Happy Family COSTAS BALTAS/Reuters

Parte de um centro de refugiados na ilha grega de Lesbos ardeu no domingo, sem que se conheçam as causas do incêndio que não causou vítimas. O incidente no centro One Happy Family, situado perto de Mitilini, a capital da ilha, é o segundo do género no espaço de uma semana.

O armazém onde ocorreu o incêndio, e que guardava mobília e equipamentos eléctricos, ficou completamente destruído, de acordo com um porta-voz dos bombeiros.

Desde que a Turquia decidiu abrir a fronteira para a passagem de refugiados que a hostilidade em relação aos migrantes tem aumentado na Grécia. Na passada terça-feira, de acordo com as organizações humanitárias, habitantes de Lesbos impediram que barcos com migrantes chegassem à costa, atacaram activistas, veículos de voluntários e de jornalistas.

Na semana passada, a Amnistia Internacional e a Human Rights Watch pediram aos Estados-membros da União Europeia que discutam e respondam em conjunto à crise migratória na fronteira turco-grega, partilhando a responsabilidade de acolhimento e defendendo os direitos humanos.

Mais de 200 voluntários portugueses escreveram este domingo ao Presidente da República e ao Governo a alertar para as condições nos campos de refugiados na Grécia e a pedir que Portugal receba os mil migrantes com que se tinha comprometido.

As mais de duas centenas de voluntários classificam de “emergência humanitária a situação alarmante e desumana que se vive no campo de refugiados de Moria, na ilha de Lesbos”.

Os voluntários “querem denunciar a situação e acordar o Estado português e a sociedade civil para o facto de que a crise migratória não está de todo resolvida e está às portas da Europa”, disse à Lusa o porta-voz, Tiago Marques.

No campo de refugiados de Moria vivem 20 mil pessoas, quando este tem capacidade para 3.100, alertam. Além da falta de água, falhas de electricidade, más condições sanitárias e escassos cuidados de saúde, uma casa de banho serve três centenas de pessoas e os residentes esperam três horas por uma refeição, descrevem.

Neste campo de refugiados, nos últimos dois meses, morreram cinco pessoas, das quais três crianças – - uma por desidratação, outra por atropelamento e outra esfaqueada – e duas mulheres por incêndio dentro dos contentores.

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