António Costa: “Os cidadãos precisam cada vez mais de bom jornalismo”

O primeiro-ministro abriu a conferência que celebra os 30 anos do PÚBLICO. Além de destacar a relevância do jornalismo na actualidade, António Costa apontou o caminho que quer percorrer e apresentou os principais desafios para os próximos anos.

Fotogaleria
António Costa Rui Gaudencio
Marcus Antonius
Fotogaleria
António Costa Rui Gaudencio

“A minha geração é marcada pelo PÚBLICO.” Foi desta forma que o primeiro-ministro, António Costa, abriu nesta quinta-feira de manhã a conferência Portugal… e agora?, no dia em que o PÚBLICO comemora 30 anos de vida. Para Costa, o jornal “fez a diferença” na comunicação social em Portugal.

O primeiro-ministro realçou a importância do jornalismo na sociedade actual. “Cada vez mais o jornalismo é o que pode fazer a diferença no enorme oceano de informação que circula, para poder separar o trigo do joio”, afirmou. António Costa considera que “os cidadãos precisam cada vez mais de bom jornalismo”. “Espero que com os novos meios tecnológicos esta seja uma nova oportunidade para o jornalismo se afirmar”, acrescentou.

Em resposta à questão E agora?, que dá o mote para as várias sessões que decorrem ao longo do dia no Museu da Electricidade, o primeiro-ministro referiu que é preciso “continuar o caminho”. “Não cumprimos ainda o nosso destino. Prosseguir o caminho é fixarmos uma ambição, a ambição de os últimos anos não terem sido uma excepção, mas serem a regra”, explicou. Para António Costa, é necessária “uma década de convergência com a União Europeia”.

São várias as “condições essenciais” que o primeiro-ministro aponta para atingir os objectivos pretendidos. A “trajectória de consolidação financeira”, a redução da dívida, o aumento das prestações sociais e o reforço do investimento público fazem parte do caminho traçado. “Não podemos voltar a hesitar no nosso modelo de desenvolvimento, que não se pode basear numa política de baixos salários, tem de assentar no conhecimento como motor do desenvolvimento”, defendeu António Costa.

Para isso, é preciso combater o abandono escolar, aumentar o número de jovens com 20 anos a frequentar o ensino superior e apostar no “investimento em investigação e desenvolvimento”. Continuar a ser “um dos três países mais seguros do mundo” e “manter o posicionamento geoestratégico” com um “país cosmopolita” são outras metas do primeiro-ministro.

Quatro desafios estratégicos

António Costa enunciou quatro desafios estratégicos para os próximos anos. O primeiro desafio passa pela redução das emissões de dióxido de carbono em 50% até 2030. “Portugal é um dos países mais ameaçados pelas alterações climáticas”, alertou Costa, que classificou este desafio como “difícil, mas não impossível”.

Outro dos desafios é a dinâmica demográfica, em que o primeiro-ministro aproveitou para falar dos mais jovens. “Temos o desafio de fixar as novas gerações. Se queremos continuar a crescer não nos podemos dar ao luxo de perder a geração mais qualificada que o país produziu”, afirmou.

Quanto à transição digital, António Costa diz que “é uma oportunidade que não podemos perder” porque “é a primeira grande revolução tecnológica em que não partimos em desvantagem”. Relativamente ao quarto desafio, o combate às desigualdades, o primeiro-ministro destacou três prioridades: o combate à pobreza infantil, à pobreza laboral e à pobreza entre os idosos.

Sugerir correcção
Ler 17 comentários