CDS aponta “quebra de confiança” de Costa na ministra da Saúde pelo Covid-19

Francisco Rodrigues dos Santos admitiu ter dificuldades em perceber quais são os comportamentos de risco

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LUSA/ANDRE KOSTERS

O presidente do CDS-PP criticou esta quarta-feira a “cacofonia” nas instruções dadas pelo Governo e pela Direcção-Geral de Saúde quanto ao surto de Covid-19 e apontou “alguma quebra de confiança” do primeiro-ministro na ministra Marta Temido.

O facto de António Costa “chamar a si” a gestão do dossiê da resposta ao surto de Covid-19” mostra “alguma quebra de confiança que existe na ministra da Saúde, mas também da directora-geral de Saúde, que chegou até mesmo a dizer que um milhão de portugueses poderiam vir a estar infectados”, afirmou Francisco Rodrigues dos Santos aos jornalistas, a meio de uma visita ao Salão Internacional do Sector Alimentar e Bebidas (SISAB), no Altice Arena, em Lisboa.

“O que me parece a mim que o Ministério da Saúde já estava a ser temido pelos portugueses agora está tremido porque o primeiro-ministro entendeu que devia ser ele a lidar com este dossiê”, afirmou, fazendo um trocadilho com o nome da ministra da área, Marta Temido.

O líder centrista recordou que o seu partido pediu esclarecimento da governante, na terça-feira, no Parlamento, por entender ser “fundamental restaurar um clima de confiança sobre o Ministério da Saúde que permita encarar com optimismo e estabilidade esta ameaça do Covid-19”.

O que se passou, em seu entender, nos últimos dias não tem ajudado a esse “clima de confiança” e causou uma “cacofonia” e “desinformação entre a ministra da Saúde e a directora-geral de Saúde” em que “ora se diz uma coisa às terças-feiras, às quartas diz-se outra”, entrando-se “em contradições graves que geram alarmismo” na sociedade.

“Por um lado, dizia-se que todos os portugueses que tinham estado em contacto e que constituíam uma população de risco deviam estar isolados. Depois tivemos a directora-geral de Saúde a dizer que isto não era necessário. Dizia-se que tínhamos um plano de contingência activado que permitiria o isolamento e tivemos doentes putativo mente contaminados a ser isolados em casas de banho de centros de saúde”, exemplificou.

O que é preciso, admitiu, são “estímulos positivos” para os portugueses perceberem que “comportamentos seguros e cautelares é que devem adoptar para que, dentro do possível, o país retome a sua normalidade e não tenha impactos negativos no turismo, na economia e na vida social”.

Depois de visitar vários stands e ter cumprimentado, com um aperto de mão ou beijo, vários dos expositores, Francisco Rodrigues dos Santos admitiu algumas dificuldades em seguir os conselhos.

“Confesso que, se calhar, como muitos portugueses, estamos com alguma dificuldade em perceber que comportamentos [de risco] são. Tem havido um défice de comunicação, atabalhoada e altamente deficiente que impede que grande maioria dos portugueses percebam quais são os comportamentos avisados e responsáveis e previdentes que devem adoptar nesta fase”, afirmou.

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