Actor Timothy Hutton acusado de ter violado uma menor há 37 anos

Uma mulher acusa o actor norte-americano de a ter agredido sexualmente em 1983, quando tinha 14 anos. Hutton nega todas as acusações e diz-se vítima de um esquema de extorsão.

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O actor Timothy Hutton, em 2017, na estreia de Todo o Dinheiro do Mundo REUTERS/Mario Anzuoni

A história veio a público esta segunda-feira, com o site BuzzFeed News a noticiar a história de uma mulher, Sera Johnston, que acusa o actor Timothy Hutton, vencedor de um Óscar por Gente Vulgar (1980), de a ter violado, em 1983, quando a própria tinha 14 anos e o actor 23. De acordo com a mulher, o crime terá ocorrido durante as filmagens de Iceman, de Fred Schepisi, em Vancouver, no quarto de hotel de Hutton para o qual a mesma e uma amiga foram convidadas. Ainda segundo o BuzzFeed News, Sera Johnston apresentou uma queixa junto da polícia daquela cidade canadiana no ano passado.

Timothy Hutton, de 59 anos, emitiu entretanto uma nota, na qual nega veemente a versão relatada por Sera Johnston, acusando-a de ter elaborado um esquema de extorsão. “Nos últimos dois anos e meio, fui alvo de várias tentativas de extorsão por parte de uma mulher chamada Sera Dale Johnston que me pretendia extorquir milhões de dólares. Ameaçou que, se eu não atendesse às suas exigências, iria à imprensa com uma falsa alegação de que eu a tinha agredido sexualmente há 37 anos no Canadá. Eu nunca agredi a senhora Johnston.”

O actor, que acusa o site BuzzFeed de ter noticiado algo de cuja falsidade tem provas, informou ainda que foi ao FBI, onde assinou uma declaração e registou uma queixa criminal contra Johnston por extorsão. “Não vou parar de lutar para expor esta história pelo que ela é — uma tentativa fracassada de extorsão baseada em algo que nunca aconteceu.”

Porém, as provas que provariam a inocência de Hutton não serão consistentes, consideraram os responsáveis pelo BuzzFeed, que mantém a publicação da investigação. “A reportagem sobre a alegada violação de uma jovem de 14 anos por Timothy Hutton é baseada em entrevistas com a alegada vítima, no relato de uma mulher que estava com ela na noite [em causa] e [nos testemunhos de] cinco diferentes pessoas que souberem da agressão.” O site cita ainda a mãe da ex-modelo canadiana Sera Johnston que recordou ter ponderado ir à polícia, em 1983, mas que desistiu por temer que a rapariga acabasse na lista negra da indústria cinematográfica. Uma decisão que disse lamentar actualmente.

Sobre as alegações de Hutton, o BuzzFeed explica que “como prova, cita-se o facto de [Sera Johnston] não ter levantado a questão até 2017, 34 anos depois de afirmar que o incidente ocorreu, e que, quando o fez, contratou um advogado em busca de uma solução financeira em vez de ter ido à polícia”.

Em 2017, depois de ser aconselhada por um advogado, Johnston recebeu uma proposta da equipa jurídica de Hutton por 135 mil dólares, mas acabaria por recuar quando percebeu que Hutton nunca viria a admitir o caso e depois de o seu advogado ter considerado que ela poderia conseguir 1,5 milhões de dólares. Nos Estados Unidos, o sistema judicial tem em consideração as compensações financeiras como parte integrante do castigo dos infractores, sendo os montantes acordados (ou decretados judicialmente) proporcionais ao crime cometido e consequências do mesmo.

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