“A música não precisa de ser vista, apenas ouvida”

Faz agora 60 anos que À bout de souffle, de Jean-Luc Godard, inaugurava novos ventos para o cinema europeu. Nesse sopro, há uma música inesquecível que quase faz levitar Jean Seberg pelos boulevards de Paris. Para Martial Solal, um dos maiores pianistas de sempre ainda vivo, nome sem qual o piano jazz não existiria como o conhecemos, o cinema é apenas um dos muitos domínios em que pôde explorar a sua infinita curiosidade.

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Damien Jacobs

Quando pensamos em À bout de souffle/O Acossado (1960), pensamos em quê? Certamente que logo vemos Godard nos seus óculos foscos de circunspecto cigarro guardado nos lábios. Jean-Paul Belmondo com o casaco seguro pelos dedos indicador e médio caindo pelas costas, o olhar atravessado enquanto conduz, novamente o fumo do cigarro a marcar-lhe — até num sentido rítmico, musicalmente falando — os gestos, a atitude, a gravitas… E, claro, pensamos em Jean Seberg feita ardina nos Campos Elísios de New York Herald Tribune na mão e blusa a condizer. Depois...

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