Governo desvaloriza pedido dos médicos para substituir administração dos hospitais de Faro e Portimão

A escala do Serviço das Urgências , no mês de Março, tem um buraco de 13 dias sem cirurgiões. A falta de recursos, diz a secretária de Estado, não se coloca só no Algarve.

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Rui Gaudencio

A nomeação de um novo conselho de administração para o Centro Hospitalar Universitário do Algarve CHUA) mantém-se em suspenso. “A todo o momento, todas as decisões são passíveis de ser tomadas”, disse esta segunda-feira a secretária de Estado Adjunta da Saúde, Jamila Madeira, depois de reunir-se com o órgão de gestão que terminou o mandato no final do ano passado. Há cerca de uma semana mais de duas dezenas e meia de directores dos hospitais de Faro e Portimão reclamaram, num abaixo-assinado, a “rápida nomeação de um novo órgão de gestão”, responsabilizando os actuais gestores pela “desmobilização” dos profissionais destas unidades de saúde.

O director clínico, Mahomede Americano, e a professora da Universidade do Algarve, Helena Leitão, recusaram permanecer nos cargos de vogais da administração, embora continuem em funções até à sua substituição.

Jamila Madeira lembrou que cabe “à senhora ministra, numa decisão colegial de toda a equipa ministerial”, tomar a decisão final sobre o novo quadro de gestão. Porém, aproveitou a oportunidade para fazer o elogio aos trabalhadores pelo “esforço na resolução dos problemas” que se avolumam ano após ano. 

“Não perderemos um segundo, um minuto, uma hora que se seja das nossas vidas para estarmos à espera que venha alguém a seguir, como uma espécie de sebastianismo de resolução dos problemas”, afirmou, desvalorizando as críticas.

Durante o mês de Março a escala do serviço das urgências está 13 dias sem cirurgião. “O problema dos recursos humanos coloca-se em muitos pontos no país, não se coloca só no Algarve”, disse a governante, sublinhando que esta semana será publicada em Diário da República uma portaria que disponibiliza 2,8 milhões em equipamento médico para o CHUA. Do conjunto dos investimentos destacou a instalação de um novo TAC, bem como a reabilitação do serviço de cardiologia e a requalificação da Urgência.

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