Activistas de direitos animais detidos pela PSP por se acorrentarem frente ao parlamento

Os oito activistas foram detidos e levados para as esquadras da Lapa e de Campo de Ourique.

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Manisfestação de activistas pela defesa dos direitos dos animais, em Setembro de 2019. ANTÓNIO PEDRO SANTOS / LUSA

A PSP retirou, esta segunda-feira, os oito activistas que se acorrentaram às guaritas das sentinelas, num protesto pelos direitos dos animais, frente à Assembleia da República, em Lisboa.

Perto de duas horas depois de os activistas terem chegado, cerca de 20 elementos da Unidade Especial de Polícia levaram os oito activistas para carrinhas celulares junto à entrada do parlamento, onde os jovens foram algemados e colocados.

Segundo a PSP, quatro dos jovens serão levados para a esquadra da Lapa e os outros quatro para Campo de Ourique.

Antes de serem retirados, o pessoal da Assembleia da República cortou as correntes com que os activistas se tinham prendido às guaritas.

Ao fundo da escadaria de acesso à porta principal do parlamento, cerca de duas dezenas de manifestantes cantaram e entoaram palavras de ordem em apoio dos jovens que estavam a ser detidos.

O protesto, organizado pela Direct Action International, reclama mudanças na legislação para conceder direitos a todos os animais, sejam ou não de companhia.

Entre as reivindicações deste grupo estão ideais como os animais terem representação legal, não serem propriedade, não serem mortos, terem um “habitat” próprio e serem resgatados.

“Nós temos de incluir todos os animais e acabar com este preconceito que nos diz que alguns são merecedores de direitos e do nosso amor e outros não”, disse à agência Lusa a activista Iolanda Santos.

A activista argumentou que “como não é aceitável ter cães dentro de uma casa onde ninguém lhes dá de comer, o que gera furor nas redes sociais, também não devia ser aceitável ter vacas, porcos, patos e outros considerados comestíveis a serem tratados desta forma”.

Iolanda Santos salientou ainda que o protesto desta segunda-feira não é para aumentar o bem-estar dos animais, mas por uma “total abolição do seu sofrimento”.

“Temos milhares de animais presos em quintas que estão a ser forçados a engravidar, a serem levados para matadouros em condições deprimentes ou a fazerem viagens incríveis de barco sem qualquer assistência”, afirmou.

A mensagem que quiseram passar à Assembleia da República é a de que “os direitos dos animais que existem não são suficientes, porque não abrangem todas as espécies”.

“A acção directa de desobediência civil não violenta está a começar agora em Portugal”, mas vai estabelecer-se, porque “não está a resultar de outra forma”, considerou a activista.

“Temos de passar para a fase seguinte, que é desobedecer. Se olharmos para trás na história, todos os movimentos sociais conseguiram mudanças apenas quando os activistas começaram a desobedecer”, afirmou.

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