Sondagens à boca das urnas prevêem vitória de Netanyahu

Likud aparece com vantagem e a um deputado de ter uma maioria com os seus parceiros de coligação.

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Benjamin Netanyahu terá conseguido uma espantosa vitória ATEF SAFADI/EPA

A confirmar-se as sondagens à boca das urnas, será o golpe de magia definitivo de Benjamin Netanyahu, o primeiro-ministro há mais tempo no cargo da História de Israel, que depois de duas eleições inconclusivas terá conseguido, à terceira, uma vantagem significativa sobre o seu rival, Benny Gantz.

Conhecido como “o mágico”, Netanyahu partia em desvantagem, já que tinha empatado com Gantz nas eleições de Abril, perdido por um deputado nas de Setembro, e sido entretanto formalmente acusado por corrupção, a primeira vez que isso acontece a um primeiro-ministro em funções na história de Israel.

Mas segundo as três sondagens à boca das urnas dos principais canais de TV de Israel, o seu partido, o Likud, conseguiu 36 ou 37 deputados contra apenas 33 a 32 do Partido Azul e Branco de Gantz.  As sondagens da última semana davam-lhe no máximo um deputado de vantagem, ou previam antes um empate entre os dois.

Mais, o Likud fica, segundo as sondagens à boca das urnas, a apenas um deputado de uma maioria com o seu bloco de aliados naturais (os partidos ultra-ortodoxos), com o bloco a somar 60 deputados num Parlamento de 120. Na campanha, “Bibi” sugeriu que seria fácil convencer um deputado do Partido Azul e Branco a juntar-se ao governo, ou de outro dos partidos seculares.

A plataforma política e ideológica do Likud e do Partido Azul e Branco têm várias semelhanças, mas o seu líder, Benny Gantz, prometeu não participar num Governo que incluísse alguém que estivesse sob investigação por corrupção, ou seja, Netanyahu.

Depois de este ter sido formalmente acusado, o Supremo foi questionado sobre se poderia concorrer, e se vencesse, tomar posse como primeiro-ministro enquanto estivesse a decorrer o processo judicial. O Tribunal disse que responderia quando esta questão se pusesse e, se forem confirmados os resultados das sondagens à boca das urnas, é possível que se ponha.

Ainda não tinham saído os primeiros resultados, e já fontes do Likud diziam ao Jerusalem Post que Netanyahu tinha falado com os seus aliados para formar um Governo o mais rapidamente possível, de preferência antes do início do seu julgamento, cuja primeira sessão está marcada para 17 de Março.

“Como é que ‘Bibi’ conseguiu?”, pergunta numa análise no Haaretz Anshel Pfeffer. “A resposta é simples: ele não descansa depois de um revés. Na manhã após a última eleição começou a preparar a campanha desta.” Sabia que tinha de extremar a campanha e, mais, cortejar todos os micro-grupos que conseguisse, diz Pfeffer: “judeus etíopes, taxistas, pessoas que fumam marijuana, e, mesmo na véspera das eleições, trabalhadores da El Al com medo de perder o emprego se a crise do coronavírus dizimar a indústria da aviação.”

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