Pavilhão de Vilar do Paraíso em Gaia vai custar 1,5 milhões, oposição critica investimento

O pavilhão gimnodesportivo teria uma bancada de 275 lugares sentados somando-se um polidesportivo com cerca de 1.000 metros quadrados.

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Eduardo Vítor Rodrigues, autarca de Gaia fvl Fernando Veludo/NFACTOS

A Câmara de Vila Nova de Gaia, de maioria PS, prevê gastar 1,5 milhões de euros num pavilhão em Vilar do Paraíso, empreitada nesta segunda-feira contestada pela oposição PSD que defendeu que a verba “fosse canalizada para outros investimentos”.

A discussão sobre o futuro pavilhão de Vilar do Paraíso, um projecto anunciado pela Câmara de Gaia, distrito do Porto, em Junho do ano passado numa apresentação que decorreu na Associação Cultural e Recreativa Os Amigos Vilarenses, ocorreu na manhã desta segunda-feira em reunião camarária descentralizada, que decorreu em Arcozelo.

Nessa altura foi descrito que o pavilhão gimnodesportivo teria uma bancada de 275 lugares sentados, sendo implantado no local do actual campo descoberto numa área de 1.970 metros quadrados, somando-se um polidesportivo com cerca de 1.000 metros quadrados, em espaço contíguo ao parque de S. Caetano.

Para o vereador social-democrata, Cancela Moura, a construção deste pavilhão não é prioritária “face à inexistência de modalidades âncora em Vilar do Paraíso, falta de transportes públicos para o local e fraca presença urbana do edifício”, mas o líder do executivo socialista, Eduardo Vítor Rodrigues, considerou “redutor” pensar que os pavilhões municipais “só servem aquelas freguesias, sem pensar na rede municipal de equipamentos”.

“Acredito que este pavilhão vai criar um efeito multiplicador na vertente desportiva. É uma pescadinha de rabo na boca porque é redutor pensar que em Vilar do Paraíso não se justifica a construção de um pavilhão, porque a freguesia não tem colectividades, quando se pode pensar que Vilar do Paraíso não tem tradição desportiva, porque nunca teve pavilhão”, referiu Eduardo Vítor Rodrigues.

O autarca respondia às críticas de Cancela Moura que lembrou que este projecto gerou uma petição da população, bem como, lê-se na declaração política do vereador do PSD, “a apresentação de propostas e até de soluções alternativas” e também defendeu que, na mesma freguesia, a requalificação do próprio parque de S. Caetano deveria ser prioritária.

“O PSD neste caso, e porque já existem as condições naturais para o efeito, daria prioridade à sustentabilidade, com a requalificação dos espaços de lazer, reforço da mancha arbórea existente, criação de um sistema de iluminação nocturna e de videovigilância, que permitisse aumentar a segurança e dotar o parque de novas utilizações, mais próximas da cada vez maior procura destes espaços naturais”, referiu Cancela Moura.

O vereador do PSD considerou que este projecto terá “um impacto negativo na paisagem, não só pela construção de uma área coberta, com paredes de betão até aos três metros de altura, mas também com a redução mancha arbórea”, acusando a Câmara de estar a promover o abate de “dezenas de árvores na plataforma sul do parque”.

“Também o espaço a poente, reservado às merendas, apresentará uma perda significativa da área que hoje tem, sendo que, não obstante a falta de requalificação, este espaço é eleito para a realização de inúmeros eventos ao ar livre”, defendeu Cancela Moura.

Sobre estas questões, Eduardo Vítor Rodrigues garantiu que a construção do pavilhão implicará o abate de, disse, “no máximo três ou quatro árvores sem valor patrimonial”, comprometendo-se a “num futuro breve” mostrar o projecto de requalificação do parque de S. Caetano que “inclui substituição de árvores, ciclovia e zona pedonal”, entre outros equipamentos.

“O projecto para o parque de S. Caetano está a ser feito e tornará o parque uma referência que não é actualmente”, disse Eduardo Vítor Rodrigues.

A proposta sobre o pavilhão de Vilar do Paraíso foi aprovada por maioria com duas abstenções.

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