Mónica Calle questiona o seu corpo sobre o caminho a tomar

Ao longo de mais de dois meses, a criadora vai regressar aos seus sete solos no Teatro São Luiz (em Junho e Julho apresentará no Porto uma experiência semelhante). Uma forma de encontrar novas respostas para perguntas antigas.

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bruno simão

Quando Mónica Calle estreou Ensaio para Uma Cartografia (2017), colocando em palco os corpos de doze actrizes nuas num espantoso espectáculo que trabalhava sobre a repetição, o sacrifício, o esforço, a insegurança, o falhanço, a imperfeição, a dedicação ou a perseverança na insistência do mesmo movimento coreográfico, essa era uma resposta silenciosa ao solo A Boa Alma. A Boa Alma tinha funcionado como espectáculo final de uma outra cartografia, desenhada sobre o mapa de Lisboa, ziguezagueando por um trajecto sinuoso entre o Cais do Sodré e o Bairro do Condado (antiga Zona J), em Chelas, ligando o passado à esperança de um futuro para a Casa Conveniente — que Calle fundou no início do seu percurso teatral. A Boa Alma era um texto escrito por Luís Mário Lopes a partir de A Alma Boa de Setsuan, de Brecht, interpretado a solo pela actriz; Ensaio para Uma Cartografia era uma peça colectiva, em que o corpo assumia o discurso, dispensando a palavra.

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