Partido conservador anticorrupção vence eleições na Eslováquia

O triunfo de Matovic, e a queda do SMER social-democrata, até agora hegemónico, deixa o parlamento muito fragmentado.

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Igor Matovic DAVID W CERNY/Reuters

O partido Pessoas Comuns e Personalidades Independentes (OLaNO, conservador), de Igor Matovic, venceu as legislativas na Eslováquia, segundo resultados preliminares, com o primeiro-ministro Peter Pellegrini a reconhecer a derrota da Direção Social-democracia (Smer-SD).

Os resultados preliminares das eleições legislativas de sábado mostram a oposição eslovaca a garantir uma vantagem confortável.

Com os votos de cerca de 75% das quase 6000 assembleias de voto contados pelo Departamento de Estatística no início de domingo, o partido conservador com um toque de populismo, segundo os analistas, assegurou 24,8% dos votos ou 52 dos 150 assentos do parlamento.

“Parabéns ao vencedor”, disse Pellegrini à imprensa na noite de sábado para domingo, avisando que o “bom marketing” de Matovic o ajudou a chegar ao poder, mas “não é suficiente para governar”.

Os eslovacos optaram por uma mudança nestas legislativas, em que o triunfo de Matovic, e a queda do SMER social-democrata, até então hegemónico, deixa o parlamento muito fragmentado.

“Com os partidos da oposição democrática, tentaremos criar o melhor Governo que a Eslováquia já teve”, disse Matovic logo após conhecer os resultados das primeiras sondagens.

O que parece claro é que a Eslováquia enfrenta uma difícil formação de Governo, dada a grande fragmentação de um parlamento com oito partidos e que inclui dois da extrema-direita.

O desafio para Matovic será forjar uma aliança com formações liberais como a Liberdade e Solidariedade (SaS) ou a coligação eslovaca Progressive-United (PS-S), uma tarefa difícil, dadas as muitas divergências e atritos que permaneceram entre essas forças que se tornaram claras na campanha eleitoral.

O conservador Igor Matovic é um empresário do sector dos media que conseguiu monopolizar a votação de protesto com o compromisso de avançar com medidas anticorrupção e, assim, terminar com duas décadas de hegemonia social-democrata nas urnas.

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