“Assassinar-me não vai deter esta luta” pela democracia, diz Juan Guaidó

A oposição venezuelana denunciou que vários homens armados atacaram, este sábado, a tiros, uma manifestação da oposição na cidade de Barquisimeto, Estado de Lara (370 quilómetros a oeste de Caracas), provocando pelo menos seis feridos.

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Juan Guaidó, líder da oposição e presidente do parlamento da Venezuela Reuters/MANAURE QUINTERO

O líder da oposição e presidente do Parlamento da Venezuela, Juan Guaidó, disse este domingo que a sua morte não vai deter a luta pela democracia, após homens armados atacarem manifestantes anti-Governo, ferindo pelo menos seis.

“Eu aviso a ditadura que assassinar-me não deterá esta luta. Pus a minha vida ao serviço desta causa. Se alguma coisa acontecer comigo, alguém tomará o meu lugar e abrirá o caminho à liberdade. Se pensam que se trata de um só homem, não entenderam nada”, escreveu o líder da posição ao Governo de Nicolás Maduro no Twitter.

A oposição venezuelana denunciou que homens armados atacaram, no sábado, a tiros, uma manifestação na cidade de Barquisimeto, estado de Lara (370 quilómetros a oeste de Caracas).

Nas redes sociais foram divulgadas fotos do momento em que um dos atacantes, vestido de preto, com o rosto coberto e junto de uma motocicleta, aponta, à distância de alguns metros, uma arma de fogo a Juan Guaidó que estava na manifestação.

Num comunicado divulgado nas redes sociais a oposição pediu à comunidade internacional que aumente as pressões ao regime socialista bolivariano de Maduro. “Dada a escalada óbvia e exponencial da violência, por parte do regime de Nicolás Maduro, como mecanismos coercivos, queremos dizer à comunidade internacional que é hora de aumentar de forma decisiva e destemida as medidas e pressões contra a tirania, que não respeita o Estado de Direito, os direitos humanos e as liberdades, e onde ninguém está protegido, uma vez que o único interesse do regime é permanecer e perpetuar-se no poder à custa de qualquer coisa”, diz o documento.

Segundo a oposição, o ataque teve como propósito “submeter” os opositores, mas que este tipo de actos fortalece as suas convicções: “É hora de continuar lutando, juntos e unidos, interna e internacionalmente, para alcançar a libertação da Venezuela. É hora de continuar em frente”.

Para a oposição, este “constitui um ataque directo” a Juan Guaidó que teve lugar depois de terem sido atacados alguns dos seus colaboradores e familiares.

No comunicado, a oposição responsabilizou o presidente da Assembleia Constituinte (composta unicamente por elementos pró-Governo), Diosdado Cabello, que justificou assim o ataque contra Juan Guaidó no principal aeroporto do país, quando regressava de uma ronda internacional: “O que os trabalhadores fizeram [contra Guaidó] deve ser feito em todas as partes”.

Durante a concentração, os atacantes, que circulavam em motas, dispararam contra a viatura que transportava Guaidó, e lançaram pedras e garrafas contra os manifestantes e contra vários jornalistas. Segundo a oposição, algumas viaturas foram roubadas e várias pessoas chegaram a estar temporariamente sequestradas pelos atacantes.

A crise política, económica e social na Venezuela agravou-se desde Janeiro de 2019, quando o presidente do parlamento assumiu funções de Presidente interino até afastar Nicolás Maduro do poder, formar um Governo de transição e convocar eleições no país.

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