Um quinto das empresas já admite impacto negativo significativo ou muito significativo

Respostas de cerca de duas centenas de empresas, de diversos sectores, suscitam “elevada preocupação” à Associação Empresarial de Portugal.

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Empresários preocupados com impacto do surto viral na economia Rui Gaudencio

Os resultados de um inquérito realizado pela Associação Empresarial de Portugal (AEP) junto de empresas suas associadas, entre os dias 26 e 27 de Fevereiro, relativamente ao impacto do surto de coronavírus, suscitam sinais de “elevada preocupação” à estrutura associativa. Apesar de mais de metade das empresas participantes terem referido não sentirem ainda um impacto negativo na sua actividade, cerca de “um quinto já admite um impacto negativo significativo ou muito significativo”.

Em comunicado divulgado esta sexta-feira, a AEP assume “elevada preocupação os resultados do inquérito”, que contou com a participação de cerca de duas centenas de empresas, com actividade em todo o território nacional, oriundas de diversos sectores de actividade e dimensão.

“Este quadro agrava-se de forma muito vincada em relação às perspectivas futuras, com os empresários a mostrarem-se muito apreensivos, com praticamente metade a considerar que vai sofrer um impacto negativo, de forma significativa ou muito significativa, na sua actividade e apenas 5% a considerar que não esperam ter qualquer impacto negativo, refere a fonte.

No inquérito, os empresários referem que os maiores constrangimentos para a sua actividade decorrem “de dificuldades de abastecimento no exterior, em particular de matérias-primas (sobretudo provenientes da China e de Itália), mas também de produtos, a redução de encomendas, o cancelamento ou adiamento de eventos internacionais (por exemplo, feiras), as dificuldades de viagens, o fecho de fábricas de tecnologia e, de um modo mais transversal, a situação de abrandamento económico”.

A consulta promovida pela AEP revelou, ainda, “a existência de dificuldades na chegada aos aeroportos nacionais, nomeadamente no regresso de colaboradores que participam em eventos no exterior, que se traduzem na falta de acompanhamento em termos de medidas de precaução/contenção e falta de informação sobre que medidas adoptar”.

O inquérito procurou ainda obter informação sobre eventuais impactos positivos, quer actuais quer futuros, tendo as respostas mostrado, “inequivocamente, que a esmagadora maioria das empresas não regista e também não espera vir a registar um impacto positivo na sua actividade”.

Tendo em conta que a presença numa economia global origina efeitos inevitáveis sempre que ocorrem fenómenos desta natureza e dimensão, a AEP aconselha as empresas portuguesas a definirem planos de contingência, com regras específicas aplicadas à sua actividade, a seguirem as recomendações emitidas pela Direcção-Geral da Saúde e a estarem atentas às informações prestadas pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças e pela Organização Mundial da Saúde.

 

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